
Declarou ainda que não se importa com a economia do país e nem com o povo brasileiro
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o Brasil “merece sanção” e que os brasileiros devem se “sacrificar” para salvar seu pai da punição pelos crimes que cometeu.
“Eu estou preocupado com a liberdade do meu país e a liberdade vem antes da economia. E eu estou disposto a ir às últimas consequências para retirar esse psicopata do poder”, falou, referindo-se a Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A nossa liberdade vale mais do que a economia”, continuou.
Eduardo Bolsonaro falou, em entrevista à BBC News Brasil, que o Brasil vive uma ditadura porque seu pai, condenado por crimes eleitorais, não poderá ser candidato nas eleições de 2026.
O deputado está desde março nos Estados Unidos trabalhando para que o país sancione o Brasil. Eduardo diz que vive “em exílio”, o que seria outra prova de que o Brasil vive uma ditadura. Quem fala é justo o elemento que queria implantar uma ditadura no país.
O governo de Donald Trump já aplicou uma taxa de 50% para produtos brasileiros e usou a Lei Magnitsky para sancionar o ministro Alexandre de Moraes.
Eduardo, que tem se reunido com o governo dos EUA, falou que “Trump segue tendo uma possibilidade muito grande sobre a sua mesa sobre a aplicação de sanções. Há a extensão da Lei Magnitsky para outras pessoas”, disse.
“Se no futuro nada for feito, talvez aí a gente tenha também o [Davi] Alcolumbre e o Hugo Motta figurando nessa posição. O que eu sei é o seguinte: eles já estão no radar”, ameaçou.
Segundo Eduardo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pode sofrer sanções caso não coloque na pauta o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, enquanto Hugo Motta (Republicanos-PB), por não pautar o projeto de anistia para golpistas.
O deputado bolsonarista falou que a responsabilidade sobre as sanções de Donald Trump contra o Brasil é de Lula e Alexandre de Moraes. Eduardo falou que o Brasil “merece sanção”.
“E os brasileiros estão entendendo que existe um sacrifício a ser feito”, continuou.
“Se depender de mim, a gente vai continuar aqui, dobrando a aposta até que a pressão seja insustentável e as pessoas que sustentam Moraes larguem a mão dele para que ele vá sozinho para o abismo”, contou.
Questionado sobre a rejeição da maioria dos brasileiros ao projeto de anistia aos golpistas, registrada em pesquisa feita pelo Datafolha, Eduardo se recusou a responder. “Datafolha é um instrumento de manipulação”, se esquivou.
A hostilidade de Eduardo Bolsonaro contra a Justiça não é de hoje. Em 2018, antes de seu pai ser eleito, ele disse que bastava um cabo e um soldado para fechar o STF.
“Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo”, afirmou o deputado eleito na época para uma plateia de estudantes, em uma palestra antes do primeiro turno.
Ele acrescentou: “O que é o STF? Tira a poder da caneta da mão de um ministro do STF, o que ele é na rua. Se você prender um ministro do STF, você acha que vai ter manifestação popular a favor dos ministros do STF? Milhões na rua?”.