Relatório anual do Credit Suisse reiterou a concentração sem precedentes de riqueza nas mãos de uma ínfima minoria de rentistas: “de acordo com nossas últimas estimativas, o 1% possui agora 50,1% de toda a riqueza familiar do mundo”. De acordo com banco, no início do milênio o percentual era de 45,5%.
Relatório anual do Credit Suisse sobre a riqueza global, divulgado esta semana, reiterou a concentração sem precedentes de riqueza nas mãos de uma ínfima minoria de rentistas, o que torna cada vez mais insustentável a perpetuação desse quadro: “de acordo com nossas últimas estimativas, o 1% possui agora 50,1% de toda a riqueza familiar do mundo”. Ainda de acordo com banco, no início do milênio o percentual era de 45,5%.
De uma riqueza global estimada em US$ 280 trilhões de dólares, conforme o CS, 3,5 bilhões de pessoas [com patrimônio líquido individual inferior a US$ 10.000] – a metade da população do planeta – detinha apenas US$ 7,6 trilhões (equivalente a 2,7% do total).
No topo da pirâmide de renda mundial, o Credit Suisse encontrou 31,4 milhões de pessoas cujo patrimônio líquido está entre US$ 1-5 milhões. Já o estrato da chamada “Riqueza Líquida Ultra Alta” (UHNW, na sigla em inglês) é tão somente de 148.200 pessoas, com o critério sendo riqueza maior que US$ 50 milhões. O que se reduz a 5.700 quando o critério é posse de ativos acima de meio bilhão de dólares.
O número de parasitas UHNW aumentou 13% (+ 19.000 pessoas) durante o ano passado, e o Credit Suisse confirma sua condição de rentistas: esse aumento foi “foi resultado dos ganhos generalizados de riqueza, principalmente através de ativos financeiros artificialmente inflados”.
E entre essas duas camadas está a chamada classe média global – “aqueles 1,4 bilhões de pessoas cuja crescente indignação com o status quo tornou possível a Brexit e Trump”, nas palavras do site zerohedge. Para agregar esses resultados, o Credit Suisse se baseou nos números oficiais dos países de declaração de renda e na revista Forbes.
Aliás, no primeiro relatório do Credit Suisse de 2010, a riqueza total da “camada” superior da pirâmide era um “modesto” US$ 69,2 trilhões para os milionários do mundo. Já duplicou nos sete anos desde então. Hoje, mais de dois quintos dos milionários do planeta vivem nos EUA, seguido pelo Japão com 7% e o Reino Unido com 6%.
A parte inferior da pirâmide – adultos com renda de menos de US $ 10.000 – que em 2010 detinha US$ 8,2 trilhões, baixou para US$ 7,6 trilhões em 2016, apesar do número de integrantes ter aumentado em meio bilhão de pessoas. A camada bem acima, referente à “classe média”, não foi a lugar algum, com um valor líquido de pouco mais de US$ 32 trilhões.