A cidade de Maringá (PR) tem 100% dos internados pela Covid-19 de não imunizados completamente. Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcelo Puzzi, todos os pacientes com coronavírus internados na UTI no Hospital Municipal da cidade não completaram o esquema vacinal de duas doses contra a doença.
Para o secretário, esses dados demonstram a eficácia da vacina contra a forma grave da doença. De acordo com Puzzi, houve registro de falta de doses do imunizante da Pfizer durante a semana para o público adulto, mas a imunização continua com outros imunizantes e uma nova remessa deve chegar a Maringá.
Ainda segundo o secretário, a média é de 2 a 3 mil pessoas atrasadas para tomar a 2ª dose da vacina. Maringá tem 30 leitos ativos de UTI exclusivos para tratamento de Covid-19, 27 deles estão ocupados, segundo o último boletim.
Da mesma forma, em Londrina (PR), um levantamento do Núcleo de Epidemiologia do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU-UEL) demonstrou que 90% dos pacientes mais graves internados na UTI Covid-19 não estavam totalmente vacinados na última quarta-feira (2).
Na data de coleta dos dados, o total de pacientes Covid-19 do HU era de 83, sendo 49 em enfermaria e 34 em UTI, ou seja, 30 sem vacina nenhuma ou sem alguma delas. De acordo com o levantamento, cerca de 65% tinham mais de 60 anos e apresentavam comorbidades.
Entre todos os pacientes internados com Covid-19 em enfermarias e UTIs, 78% não estavam com o esquema vacinal contra a doença completo. Segundo dados levantados pelo Núcleo de Epidemiologia Hospitalar da instituição, de todos os 83 internados, 30% não tinham tomado nenhuma dose da vacina e 48% não haviam recebido a 2ª ou 3ª dose.
“Esses dados demonstram a importância e a eficácia da vacinação contra Covid-19, considerando todas as doses preconizadas. Tem sido fundamental para evitar as formas graves da doença, já que a maioria dos pacientes internados em UTI não estão vacinados ou possuem o esquema incompleto da vacinação. Logo, comprovadamente por meio desses dados, a vacina demonstra ser uma ferramenta essencial ao combate contra o coronavírus”, afirma Danielle Ruiz Miyazawa Ferreira, coordenadora médica do Núcleo de Epidemiologia do HU.
De acordo com a diretoria do HU, a taxa de ocupação de leitos Covid-19 adulto beira atualmente 30%. O hospital trabalha com a totalidade de leitos, com 91 de enfermaria, 50 de UTI adulto e cinco leitos disponíveis na UTI pediátrica.
No primeiro mês de 2022, o HU-UEL concluiu que não há grandes variações, ou seja, a grande maioria dos internados não concluíram a vacinação contra a Covid-19.
No geral, no estado do Paraná, o número de pacientes entre 12 e 59 anos que morreram vítimas da Covid-19 é 23 vezes maior entre os não vacinados do que entre as pessoas que se imunizaram contra a doença. O levantamento foi feito pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Já entre os idosos, o número é 27,6 vezes maior, o que representa que as pessoas que não se vacinaram têm mais chances de desenvolver a forma grave da doença do que os paranaenses que tomaram a vacina.
O levantamento leva em consideração dados entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022.
Entre o público de 12 a 59 anos, a taxa de óbitos a cada 100 mil pessoas está em 0,29 entre os pacientes imunizados. Por outro lado, entre os que não tomaram a vacina a taxa ficou em 6,59.
Para as pessoas com 60 anos ou mais, a taxa de mortes está em 7,84 entre os vacinados, contra 216,32 entre os que não se imunizaram.