Nesta quinta-feira (13), Dia da Abolição da Escravatura no Brasil manifestantes protestaram em todo o país para exigir justiça para as vítimas do massacre na Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.
Os protestos convocados pelas entidades negras reuniram milhares de pessoas pelas cidades e capitais do país. Os manifestantes também exigiram o aumento da vacinação, do auxílio emergencial e repudiaram a conduta do governo Bolsonaro na pandemia.
No Rio de Janeiro, diversos manifestantes estiveram em frente à Candelária, no Centro da cidade, pedindo o fim do genocídio da população negra. O ato, que começou por volta das 17h, aconteceu uma semana após a operação da Polícia Civil na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, com 29 pessoas mortas.
No local, os manifestantes seguravam cartazes com dizeres como: “Se a favela é suspeita, o Estado é culpado”, lar de moradora, respeite” e “pelo fim do massacre israelense contra Gaza. #Palestinalivre”.
SÃO PAULO
Em São Paulo, manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, para protestar pelo fim do racismo, do genocídio negro e das chacinas. Os presentes também levaram cartazes pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O ato também cobrou justiça pelas vítimas da Favela do Jacarezinho.
Além de ser marcado pela assinatura da Lei Áurea, em 1888, o 13 de maio também é o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo. Mas o país está longe de respeitar e viver uma democracia racial. Por isso, a data também é dia de protesto.
BAHIA
Na tarde desta terça, organizações do movimento negro, centrais sindicais e partidos políticos realizaram ato em Salvador (BA) para pedir justiça para Bruno Barros da Silva, 29 anos, e o sobrinho dele Yan, 19, assassinadas após serem detidas por seguranças do supermercado Atakarejo no dia 26 de abril depois de terem roubado comida.
O ato, que teve início às 15h e foi encerrado por volta das 17h, reuniu muitas pessoas em frente à unidade da rede de supermercados Atakarejo que fica em Pernambués, na capital baiana. Os manifestantes entraram no estabelecimento e também bloquearam o trânsito na Avenida Paralela sentido Brotas.
O protesto também relembrou as mortes operação policial na comunidade do Jacarezinho.
O grupo ainda ressaltou dados que mostram que a população negra é a que mais sofre com a violência provocada pelo racismo institucional. De acordo com um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em 2019, 74% dos homicídios no Brasil são de pessoas negras e 79% dos mortos pela polícia também são negros.
Presente ao protesto e representando a família, a mãe de Yan Barros da Silva, Elaine Silva, afirmou que não vai descansar enquanto os responsáveis pelas mortes de Yan e Bruno não forem devidamente punidos. “O que eu estou aqui hoje pedindo mais uma vez é justiça. Eu não vou poder ter o meu filho de volta, mas o que eu puder fazer eu vou fazer para que os responsáveis sejam punidos e não façam outras mães sofrerem como eu estou sofrendo”, disse ela.
O ato reuniu diversas instituições, entra elas: Movimento Negro Unificado (MNU), Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e trabalhadoras Brasileiros (CTB), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSol), Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), União Baiana de Estudantes (UEB) e Fórum Nacional de Mulheres Negras.
MINAS GERAIS
Em Belo Horizonte (MG), movimentos negros se reuniram no fim da tarde desta quinta no Centro da cidade para protestar pelo fim do racismo, do genocídio negro, das chacinas e pela construção de mecanismos de controle social da atividade policial.
Os participantes levaram cartazes e figuras que representam as opressões sofridas pelos negros na sociedade. Eles reivindicavam criações de políticas de segurança, econômicas e de saúde voltadas para a população periférica, onde há mais concentração da população negra.
Os atos ocorreram também em Maceió (AL), Macapá (AP), Manaus (AM), Brasília (DF), Vitória (ES), Fortaleza (CE), Cuiabá (MT), Belém (PA), João Pessoa (PB), Curitiba (PR), Recife (PE), Teresina (PI), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Aracaju (SE), além dos atos internacionais em Nova Iorque e Texas nos EUA e Londres, na Inglaterra.