Colombianos param por auxílio emergencial e retomada da economia

Manifestantes levam faixa com os 10 projetos demandados pelos grevistas (reptrodução de twitter)

As centrais sindicais, entidades sociais e partidos de oposição da Colômbia, organizados no Comitê Nacional de Greve (CNP), voltaram às ruas das principais cidades do país, na terça-feira (28), com massivas marchas para exigir do Congresso a aprovação de leis que beneficiam a população.

Em um novo dia de greve nacional, milhares de pessoas exigiram o estabelecimento de uma renda básica de um salário mínimo de 236 dólares (aproximadamente 1285,00 reais) para 7,5  milhões de famílias, o acesso gratuito às universidades públicas, o fortalecimento da rede pública de saúde, bem como a formalização do emprego no setor, além de apoios às micro e pequenas empresas como estímulo à reativação econômica e ainda uma reforma na polícia.

A mobilização nacional foi iniciada em 28 de abril com as bandeiras da democracia, do desenvolvimento e do fim do uso abusivo da força repressiva. Depois de sucessivas manifestações e greves foram rechaçadas duas reformas antipopulares ensaiadas pelo governo, uma sobre o aumento dos impostos e outra que ampliava a privatização da saúde, em meio ao agravamento da pandemia. 

Durante os protestos, realizados em Bogotá, Medellín, Cali e Bucaramanga, os manifestantes questionaram a reforma tributária agora apresentada pelo governo do presidente Iván Duque e aprovada pelo Congresso para arrecadar 3,960 bilhões de dólares, por considerá-la prejudicial aos interesses dos trabalhadores

O projeto fiscal criticado, que o governo da quarta maior economia da América Latina tinha se comprometido a rever, foi aprovado no início de setembro pelo Legislativo e inclui o financiamento temporário de educação universitária para jovens de baixa renda, um subsídio para famílias pobres, e uma módica ajuda econômica para pequenas e médias empresas, mas ao custo de elevação do custo de vida para amplos setores da população.

“A diferença entre o aprovado e o necessário é substancial. O governo dá pequenas ajudas às famílias, mas são insuficientes”, disse Francisco Maltés, porta-voz do CNP, à agência Reuters, referindo-se à necessidade de aprovar leis que permitam “combater a fome e a desigualdade na Colômbia” com mais recursos.

O CNP, que reúne as principais organizações contra os projetos de cortes nos programas sociais de Duque, convocou a greve a as marchas para, mais uma vez, exigir ao Congresso que inicie a tramitação dos 10 projetos para desbloquear a crise política e econômica agravada pela Covid-19, propostas que apresentaram ao governo central no dia 20 de julho e que estão aguardando tramitação no Congresso.

 “Os projetos de lei, que partidos do governo travam no Congresso da República, têm como único objetivo beneficiar milhões de compatriotas que, acossados ​​pela crise econômica, a Covid-19 e as políticas de Ivan Duque não encontram solução para suas necessidades essenciais”, assinala uma nota divulgada pela Central Unitária dos Trabalhadores (CUT).

Para agravar ainda mais a situação, o país enfrentou neste ano protestos contra Duque durante os quais aconteceram 72 massacres com 258 vítimas, 47 pessoas atingidas com lesão ocular e 358 pessoas desaparecidas, segundo o último levantamento do Instituto de Desenvolvimento da Paz (Indepaz).

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *