A crise econômica que os municípios enfrentam devido à falta de repasses do governo federal, está piorando um problema que já existe há anos: 180 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão prontas para funcionar, porém com as portas fechadas, devido à falta de verbas para o custeio.
A falta de dinheiro nas prefeituras inviabiliza a contratação de médicos e funcionários, além da compra de equipamentos e itens básicos para o funcionamento das unidades.
O Ministério da Saúde, admite que são cerca de 180 UPAs prontas, mas sem funcionamento. Algumas delas já estão construídas há cinco anos. Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o problema não é falta de dinheiro, mas sim uma “falta de planejamento”, que permitiu a construção das unidades sem que houvesse a verba de custeio.
Além das UPAs, mais de mil unidades de saúde construídas com verba da União nos últimos anos estão fechadas pelo mesmo motivo, a falta de dinheiro nos municípios para comprar equipamentos e contratar médicos.
Os gestores municipais reclamam da falta do apoio do governo federal para a manutenção das unidades. O custo para a construção de uma UPA equivale a apenas um ano da manutenção dela. Ou seja, sem o apoio federal, não há como manter uma unidade em funcionamento.
No Rio Grande do Sul a situação é bem grave. Nove UPAs, que deveriam estar abertas 24 horas por dia, permanecem de portas fechadas no Estado. Outras seis das 13 em fase de construção estão com obras completamente paradas. Das 49 unidades no estado, apenas 27 estão funcionando. Reflexo disto, o Sindicato dos Médicos de Florianópolis denunciou em nota oficial que está faltando médicos para cobrir os plantões nas únicas.