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Neste 1º de Maio, trabalhadores no mundo inteiro foram às ruas para rechaçar as malsinadas ‘reformas’ que só trazem arrocho salarial e precarização de direitos, assaltam a previdência pública e levam ao paroxismo a desigualdade no mundo inteiro. Tudo isso para encher as burras dos bancos e monopólios dos países centrais que, como diz a música, de tão gorda a porca já não anda.
Os atos, que ocorreram nos cinco continentes, também repudiaram a xenofobia, a escalada contra os imigrantes e o atraso na conquista do salário igual para trabalho igual pra as mulheres. Os protestos também condenam a corrupção, a lavagem de dinheiro nos paraísos fiscais e o cínico corte de impostos para ricaços, enquanto todos os demais são arrochados, bem como a destruição ambiental.
As manifestações exigiram ainda o respeito à soberania, à paz e à lei internacional.
As mobilizações acontecem em meio a alertas do FMI sobre iminente redução do crescimento, descontrole da especulação e guerras comerciais.
EUROPA
Na Europa, as principais manifestações ocorreram em Paris – aonde centrais sindicais e coletes amarelos repudiaram Macron -, Portugal, Espanha, Alemanha, Grécia e Itália. Na Rússia, centenas de milhares participaram das mobilizações.
A pretendida ‘reforma da previdência’ de Macron só parou, por causa do levante dos coletes amarelos.
AMÉRICA LATINA
Na América Latina, o tradicional 1º de Maio de Havana se repetiu com todo seu vigor, desta vez em resposta às ameaças de Trump de bloqueio total e em solidariedade à Venezuela. No Zócalo, a primeira celebração desde a vitória do presidente Lopez Obrador.
Atos unitários, centrados no rechaço ao desmonte da previdência, ocorreram nas principais capitais brasileiras. Na Argentina, o 1º de Maio foi o dia seguinte da greve geral contra a devastação de Macri. Na Venezuela, o dia seguinte do fracasso da tentativa de golpe do fantoche Guaidó.
ÁSIA
Na Ásia, o 1º de Maio deste ano, em meio à eleição em curso, cumpriu o papel de denunciar o obscurantismo e o neoliberalismo do governo de Narendra Modi. Em janeiro, 150 milhões de trabalhadores indianos haviam feito uma greve geral de dois dias, contra a ‘reforma trabalhista’ de Modi e para exigir previdência universal, salário mínimo de US$ 250 e mais empregos. Em Bangladesh, operárias terceirizadas pela indústria de moda global, que trabalham em semiescravidão, voltaram às ruas para exigir seus direitos mínimos. Nas Filipinas, manifestantes repudiaram o presidente Duterte.
Em Seul e mais 13 cidades, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas reivindicando o aumento do salário mínimo e a revogação das normas draconianas de aposentadoria. A central sul-coreana KCTU assinou com a central do norte carta de defesa das relações intercoreanas e pelo alívio das sanções. Grandes manifestações também em Jacarta, capital da Indonésia, e no Japão.
EUA
Nos EUA, atos em várias cidades retomaram a data internacional do Trabalho, que homenageia os mártires de Chicago, mas fora colocada no ostracismo pelo establishment, inclusive comemorada em setembro. Uma onda de greves de professores, que não ocorria há 30 anos, se espraiou pelo país inteiro.
Na África, protestos na Nigéria, na África do Sul e em outros países, em meio a revoltas abertas na Argélia e Sudão.
No Oriente Médio, o povo sírio em grande medida teve seu 1º de Maio depois de um tenebroso interregno. Comemorações também em Bagdá e em Beirute.
Em vários dos protestos, manifestantes demonstraram sua solidariedade ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está preso em Londres e ameaçado de extradição para ser linchado em um tribunal de fancaria norte-americano por denunciar crimes de guerra dos EUA.