Mais de 1.400 pessoas já morreram devido ao terremoto e ao tsunami que atingiram a ilha de Célebes, na Indonésia, onde 200 mil pessoas precisam urgentemente de ajuda – entre eles 46 mil crianças e 14 mil idosos -, alertou a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
“O balanço total é de 1.407 mortos”, informou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência de Gestão de Catástrofes Naturais, lembrando que o balanço de horas antes apontava 1.374 mortos e 113 feridos.
As necessidades das zonas atingidas são “imensas”, com as esperanças de se encontrar sobreviventes ficando reduzidas a cada dia. Cálculos do governo apontam que 66 mil moradias foram destruídas na sexta-feira por conta do terremoto de magnitude 7,5 e o tsunami que provocou.
Áreas remotas da ilha seguem incomunicáveis devido à devastação de rodovias e devastação de pontes, dificultando a ação dos socorristas, enquanto áreas urbanas não têm energia elétrica, água ou estrutura sanitária. “Por todas as partes, as pessoas querem ir ao banheiro, mas não há, precisando fazer suas necessidades durante a noite”, declarou Armawati Yarmin, de 50 anos.
Cerca de 6.400 membros do exército, da polícia e dos serviços de resgate trabalham contra o relógio em busca de pessoas com vida, de encontrar cadáveres para evitar a dispersão de infecções e enviar sobreviventes para áreas não afetadas. O clima quente e úmido agrava o problema, pois os corpos se decompõem rapidamente. Com a fome e a sede atingindo centenas de milhares de pessoas, os saques têm se multiplicado.
As equipes de resgate estão concentradas neste momento em algumas zonas ao redor de Palu, cidade costeira golpeada de frente pelo tsunami e especialmente no hotel Roa Roa, onde ainda haveria umas 60 pessoas sob os escombros.
Com 260 milhões de habitantes, o arquipélago com 17.000 ilhas e ilhotas localizadas no Cinturão de Fogo do Pacífico é um dos países do mundo mais propensos a sofrer desastres naturais.