Duzentos mil manifestantes acenderam velas e tomaram as ruas de Barcelona na terça-feira à noite contra a prisão dos ativistas Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, líderes das ONGs Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Òmnium Cultural, acusados de terem contribuído para a realização do referendo separatista da Espanha.
Ambos Jordis são investigados por “sedição”, crime que castiga com penas até 15 anos quem “agir publicamente e de forma tumultuosa” para “impedir, por força ou fora das vias legais, a aplicação de leis”, ou para “impedir a qualquer autoridade o legítimo exercício das suas funções ou cumprimento de acordos ou resoluções administrativas ou judiciais”.
Obviamente a truculência com que o governo de Mariano Rajoy vem enfrentando o problema separatista só tem agravado ainda mais a tensão. O encarceramento jogou gasolina no fogo fazendo com que os protestos extrapolassem a Catalunha, chegando a cidades como Valencia, Palma de Maiorca e mesmo Madri.
“Essas detenções são injustificáveis. Infelizmente, a Espanha voltou à terrível tradição de manter presos políticos”, declarou o porta-voz da Assembleia Nacional Catalã, Adrià Alsina. Para o representante da ANC, “o governo central fez um trabalho excelente para alienar parte da sociedade, e o que era uma questão nacional virou um assunto humano após a ação da polícia nacional no 1º de outubro”. “E agora isso se agravou, com a prisão de dois ativistas absolutamente pacíficos. O governo espanhol não sabe o que está fazendo”, acrescentou.
Integrante do bloco independentista do Parlamento catalão, a deputada Mireya Boya disse que os diálogos com o governo espanhol “perderam qualquer validade”, uma vez que Rajoy respondeu ao convite ao diálogo fazendo “novos presos político.