Relatório do Ministério da Saúde apontou que apenas 224 médicos selecionados no edital do programa Mais Médicos se apresentaram em 118 municípios onde deverão prestar atendimento à população. A maior parte dos médicos alocados está em São Paulo e Minas Gerais. Apesar disso, o governo afirma que 97,2% das vagas do programa foram ocupadas.
De acordo com a pasta, os 224 médicos já estão trabalhando. Ainda não há informação se todos os profissionais são brasileiros, mas todos eles têm registro CRM ou passaram por aprovação do Revalida. Eles estão distribuídos em 19 estados e no Distrito Federal e representam 2,6% dos 8.517 profissionais que podem ser selecionados pelo edital.
Os 118 municípios representam 4% da lista de 2.824 cidades com vagas disponíveis no último edital do programa. Os Estados que já receberam o maior número de médicos até agora foram São Paulo e Minas, com 42 cada um, seguidos por Espírito Santo (27) e Paraná (15).
Apesar dos postos de trabalho ainda estarem vagos, o governo comemora que 97,2% (8,5 mil vagas) dos cadastros no site do Ministério da Saúde foram efetivados. O ministério considera que o posto está preenchido quando o profissional faz a opção para a cidade onde quer atuar.
Neste edital, 9.327 pessoas se inscreveram no programa, mas não tiveram seus dados efetivados. O número é maior do que os profissionais que tiveram dados validados. De acordo com o ministério, essas inscrições não foram validadas por inconsistências no preenchimento de nomes ou outras informações.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, o Brasil registra mais de 450 mil médicos. Entretanto, a ida de profissionais para regiões remotas do país e às periferias das grandes cidades.
FALTA DE MÉDICOS
Os moradores de Avaí (SP) estão sofrendo os efeitos da saída dos médicos cubanos da cidade. Nos postos de saúde do município, apenas serviços como aferição de pressão, foram realizados pelas equipes de enfermagem.
O município contava com três profissionais cubanos e, agora, integra a lista de 14 municípios do Centro-Oeste Paulista que ficaram sem nenhum profissional e, por isso, com a atenção básica de saúde totalmente prejudicada.
Em Ourinhos, onde, após seis dias sem os 14 cubanos que atuavam na cidade pelo programa, um médico começou a atender na UBS nesta terça-feira (27). Em Bauru, os médicos cubanos deixaram 11 vagas em aberto nas UBS e, segundo a prefeitura, a documentação dos médicos brasileiros já começou a ser apresentada.
Já em Assis, das três vagas deixadas pelos profissionais cubanos, apenas uma foi preenchida. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o novo médico brasileiro já se apresentou e deve começar a trabalhar até o fim desta semana. No total, 33 cidades da região acabaram com os atendimentos na rede básica de saúde afetados pela saída dos médicos cubanos.
De acordo com o governo, o plano agora é deslocar médicos que já atuam pelo programa para atendimento em outros municípios. Segundo o atual ministro da Saúde, Gilberto Occhi, a estratégia será realizada caso haja dificuldade de preencher postos, principalmente em áreas mais afastadas.
Os secretários municipais de Saúde temem que médicos brasileiros não compareçam ou que desistam em pouco tempo em áreas pobres e distantes. “São hipóteses que somente vamos trabalhar depois do dia 7”, disse Occhi, numa referência ao último dia de inscrição do edital.
Terminado o prazo, se necessário, serão publicados novos editais. A preferência, na próxima rodada, será dada ainda para profissionais brasileiros, afirmou o ministro.
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