Visamos construir um ambiente amigável e de compreensão mútua para o melhor desenvolvimento das relações entre Brasil e China, afirmou o diretor da filial do Rio de Janeiro da Agência de Notícias chinesa, Xinhua, Chen Weihua
“O Brasil é o maior país da América Latina e um parceiro estratégico da China. As relações bilaterais e uma colaboração pragmática entre ambos os países em fóruns multilaterais ganharam uma importância única para as duas nações”, destacou Chen Weihua, diretor da filial do Rio de Janeiro da Agência de Notícias chinesa, Xinhua.
Weihua falou na abertura do Seminário de Promoção dos Serviços em Português da Xinhua, realizado em São Paulo nesta quarta-feira (14) destacando a necessidade de promoção de “aproximações e cooperações, no intuito de construirmos um ambiente amigável e de compreensão mútua para o melhor desenvolvimento das relações” entre Brasil e China.
FUNDAÇÃO DA XINHUA NA LUTA PELA LIBERTAÇÃO DA CHINA
“Por isso, é necessário pensar a colaboração de setores-chave como a mídia”, acrescentou o diretor da Xinhua no evento em que foi apresentado um panorama da trajetória histórica da agência chinesa, fundada pelo Partido Comunista da China (PCCh) ainda durante a luta patriótica pela libertação da China do jugo estrangeiro em 1935, já na fase final da revolucionária Longa Marcha.
O Seminário foi aberto com um vídeo relatando a história da Agência, com imagens de sua primeira locação que é preservada como museu visitada por inúmeras delegações. Da pequena casa onde a Xinhua estava localizada, relatava os avanços e difundia as ideais que resultariam na libertação e no início da construção do socialismo na China.
Foi citado trecho do pronunciamento do presidente Xi Jinping na 4ª Cúpula Mundial de Mídia, onde ressaltou que “a mídia assume um papel de responsabilidade social de extrema importância, sendo o principal agente de fomento do consenso tão necessário para a busca de respostas e soluções dos problemas que nos atingem nacional e mundialmente”.
No seminário, com a presença representantes governamentais da China e da mídia brasileira e chinesa, a Xinhua, além de sua trajetória histórica, apresentou seus serviços e presença internacional e ainda seu sistema englobado pela plataforma “Xinhua Iniciativa Cinturão e Rota”, que apoia a distribuição de informações sobre a economia chinesa, os investimentos em seu desenvolvimento, e informações úteis para o intercâmbio comercial e cultural com a China.
Foi enfatizado pelos diversos palestrantes, enquanto aspecto central do papel da Xinhua que as relações Brasil-China se desenvolvem de forma bilateral com a consciência da necessidade do incremento das relações Sul-Sul, contribuindo para a compreensão, o entendimento e o desenvolvimento dos dois povos.
Criada pelo Serviço de Informações Econômicas da China, é destinada a governos, empresas e instituições em geral.
A apresentação desta plataforma coube à chefe da filial da Xinhua em São Paulo, Luo Jingjing, explicando que esta iniciativa almeja prover, principalmente, as necessidades de investimento e comércio dos usuários do Cinturão e Rota, fornecendo serviços como banco de dados, consulta de informações, pesquisas de especialistas, elementos úteis para transações em geral, assim como possibilita consulta online.
“O Banco de Dados da Xinhua disponibiliza dados multilíngues e informações oficiais sobre a Iniciativa do Cinturão e Rota, pesquisas de think tank, ambientes de investimento e financiamento, análise de risco, pesquisa personalizada, dados estruturados e outros serviços de informação abrangentes”, afirmou Luo.
“Depois de três anos de pandemia, os dois países passaram a entender melhor o significado de trabalhar em solidariedade para lidar com as dificuldades”, afirmou em sua palestra a cônsul-geral da China em São Paulo, Chen Peijie.
“O intercâmbio e a cooperação entre veículos de comunicação” acrescentou a cônsul chinesa, “também conheceram grandes avanços, com um número crescente de reportagens sobre eventos importantes e sobre o quotidiano da população”.
“Com isso, criam-se elos essenciais para aprofundar o aprendizado mútuo das culturas, promover intercâmbios interpessoais e compartilhar oportunidades de desenvolvimento, dando um forte impulso às relações amistosas entre a China e o Brasil”, afirmou Chen Peijie.
O presidente da CMA, empresa parceira da Xinhua, ressaltou a trajetória de cooperação com a agência de notícias oficial da China e as perspectivas para o futuro nas relações entre os grupos de mídia e comunicação brasileiros e chineses, destacando que entre as atuações conjuntas sino-brasileiras em espaços multilaterais pode-se exemplificar a Cúpula Mundial de Mídia e o Fórum de Mídia do BRICS. Idealizados pela Xinhua e organizados em conjunto com os parceiros de mídia. Projetos que visam ampliar o debate do “papel dos meios de comunicação na construção de um sistema internacional mais democrático, diverso, igualitário e justo”.
No Seminário também foi relatado que em 1961, a Xinhua estabeleceu sua primeira filial no Brasil, no Rio, ainda antes do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, a partir de 1974.
Conforme relatou o diretor Chen Weihua, “com o desenvolvimento das relações Brasil-China e o intercâmbio e a cooperação mais próximos em vários campos, a Xinhua abriu outras duas filiais, em Brasília e em São Paulo”.
“Em especial, as filiais da Xinhua no Brasil têm como objetivo a divulgação de conteúdo sobre os principais acontecimentos das relações diplomáticas sino-brasileiras, do cotidiano e atuação das comunidades chinesas que aqui vivem, dos principais acontecimentos do Brasil. Busca, ainda, auxiliar na divulgação do trabalho realizado por especialistas, políticos e demais representantes da sociedade chinesa e da sociedade brasileira sobre os mais diversos temas que englobam as relações sino-brasileiras”, disse a editora de mídias sociais da Xinhua em português, Alessandra Scangarelli Brites.
“A Xinhua tem como princípio de que os meios de comunicação devem promover a compreensão mútua entre os diferentes povos e fortalecer as trocas e a cooperação entre eles, no intuito de fomentar, cotidianamente, a construção de um ambiente mais harmônico e pacífico para viver”, enfatizou Alessandra.
Entre os dados apresentados no Seminário, os dirigentes da Xinhua destacaram que a Agência possui hoje filiais em 181 países, e divulga notícias e outros serviços como bancos de dados em mandarim, inglês, espanhol, francês, russo, português, árabe e japonês.
O diretor executivo comercial da Folha de São Paulo, Marcelo Benez, apresentou, em sua palestra, elementos da parceria de seu jornal com a Xinhua. Também foi destacado o projeto de desenvolvimento de um aplicativo em conjunto com o Diário de Pernambuco.
Esta matéria contou com informações e fotos fornecidas por Alessandra Scangarelli Brites, editora de mídias sociais da Xinhua em português
NATHANIEL BRAIA