O desemprego continuou crescendo no primeiro trimestre de 2018. A taxa de subutilização da força de trabalho do IBGE, divulgada na quinta-feira (17), subiu para 24,7%, o que representa 27,7 milhões de brasileiros sem emprego, um quarto da força de trabalho. É a maior taxa da série da PNAD Contínua, inciada em 2012.
A tragédia que atinge milhões de lares brasileiros, que para alguns setores da mídia e do governo é o último a sair da crise, assim como os serviços, etc, etc – vale qualquer coisa para tentar inventar uma recuperação inexistente da economia -, é mais uma confirmação de que a economia não saiu da recessão e está estagnada, e que a política deliberada promovida pelos governos do PT e PMDB de arrocho fiscal, teto de gastos, cortes nos investimentos públicos e nos salários, juros elevados e cortes dos direitos sociais é a única responsável por isso.
Comparada com o primeiro trimestre de 2014, ano em que teve início a recessão, a população de desempregados cresceu 73%. Foram 11,7 milhões de pessoas a mais que ficaram sem trabalho, que procuraram e não encontraram emprego, as que trabalham menos de 40 horas e estão disponíveis e que precisam aumentar sua já achatada renda. Em suma, são os subutilizados, como classifica o IBGE.
Desalentados com a crise, outros 4,6 milhões de pessoas desistiram de procurar emprego no trimestre e saíram das estatísticas oficiais de desemprego. Sem avaliar o quão ridículo estavam sendo, alguns órgãos de imprensa chapa-branca festejaram isso como melhora nos índices de desemprego.
Não é á toa que Temer não citou o desemprego ao comemorar a tragédia de seu governo, no início da semana. Não há expressão maior da crise do que o desemprego, que pode ser simbolizada quando, no Dia do Trabalhador – 1º de Maio, mais de 30 mil pessoas esperaram por horas na fila por uma vaga de emprego num estádio do Rio de Janeiro.
Segundo o IBGE, o aumento do desemprego foi generalizado e atingiu todas as regiões do país, inclusive no Rio, São Paulo e Minas Gerais, estados que têm um peso maior na economia nacional.
A precarização também aumentou, com o emprego com carteira assinada atingindo o menor nível em vários estados.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2017, o emprego no setor privado com carteira de trabalho, excluindo trabalhadores domésticos, foi reduzido em -493 mil vagas.
Antes da crise, no primeiro trimestre de 2014, eram 36,880 milhões de trabalhadores com carteira no setor privado, segundo o IBGE. No primeiro trimestre deste ano, o número foi reduzido para 32,913 milhões. Cerca de 4 milhões a menos de trabalhadores com carteira assinada, vítimas da criminosa política de Dilma/Temer de submeter a economia do país ao setor financeiro e a especuladores estrangeiros.