Trinta congressistas do Partido Democrata dos Estados Unidos instaram a Casa Branca a apoiar negociações que permitam um acordo que supere o conflito na Ucrânia. A carta ao presidente norte-americano foi enviada nesta terça-feira 25.
“Dada a destruição criada por esta guerra para a Ucrânia e o mundo, bem como o risco de escalada catastrófica, acreditamos que é do interesse da Ucrânia, dos Estados Unidos e do mundo evitar um conflito prolongado”, afirmam os deputados.
Na carta, os parlamentares enfatizam que outra abordagem se faz urgente, que possibilite um impulso diplomático proativo, redobrando os esforços para buscar uma estrutura realista para um cessar-fogo.
“Como legisladores responsáveis pelo gasto de dezenas de bilhões de dólares dos contribuintes dos Estados Unidos em assistência militar no conflito, acreditamos que tal envolvimento nesta guerra também cria uma responsabilidade para os Estados Unidos considerarem seriamente todas as vias possíveis, incluindo o envolvimento direto com a Rússia”, apontaram.
Entre os argumentos apresentados pelos parlamentares também estão os efeitos nas cadeias de abastecimento de alimentos e energia que atualmente causam uma inflação histórica no país norte-americano, além da crise energética latente na Europa.
A carta está encabeçada pela deputada Pramila Jayapal, que preside a Conferência Progressista do Congresso (Congressional Progressive Caucus), e conta entre os signatários a congressista de Nova York Alexandria Ocasio-Cortez, Jaime Raskin, Cori Bush, Ro Khanna e Ilhan Omar.
Esta é a primeira vez que o presidente Joe Biden é pressionado por membros de alto escalão de seu próprio partido a mudar sua estratégia em relação ao conflito na Ucrânia.
A mensagem foi enviada poucas semanas antes das eleições de 8 de novembro, data em que os Estados Unidos vão às urnas para renovar as cadeiras da Câmara, parte do Senado e dezenas de governadores e quando o apoio da população à ajuda à Ucrânia começa a se dividir. De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, a porcentagem de americanos que questionam o conflito subiu de 38% em maio para 55% em setembro.
Washington transferiu cerca de US$ 66 bilhões (R$ 350 bilhões) para o regime de Kiev desde o começo da operação militar russa na Ucrânia, fornecendo armas e apoio econômico, informou a Agência Sputnik.