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Mais de 300.000 pessoas se manifestaram neste sábado (8) em Munique – 250 mil segundo a polícia – contra o partido pró-nazista AfD; em repúdio à perseguição aos imigrantes e para condenar a cooperação oportunista da União Democrata Cristã (CDU) com os fascistas. A AfD está com peso nas pesquisas a duas semanas para as eleições parlamentares de 23 de fevereiro. As multidões nas ruas estão alertando contra o perigo do ressurgimento do nazismo na Alemanha com a AfD.
Os manifestantes da terceira cidade mais populosa do país, reunidos sob o slogan “a democracia precisa de você”, enviaram “um forte sinal de dignidade humana, coesão e democracia” antes das eleições, com faixas que diziam: “Nós somos a barreira de proteção, não há cooperação com a AfD”.
“As avós contra a extrema direita”, um movimento criado em 2018 e inspirado em uma iniciativa semelhante na Áustria, se somou às manifestações em várias cidades alemãs, incluindo Hannover (norte), onde, segundo a polícia, 24.000 pessoas protestaram.
A AfD tem crescido com uma demagogia persecutória de migrantes que chegam ao país como consequência das crises provocadas pela política imperialista de arrocho e exploração dos povos das nações africanas e árabes, da qual a própria Alemanha é uma das aderentes principais, submissa aos Estados Unidos, ao longo destes anos. O ataque armado com apoio de terroristas para derrubar o governo sírio, o apoio ao apartheid de Israel, a destruição da Líbia e o assassinato do seu líder Muamar Kadafi, são os exemplos mais destacados.
Além disso, a demagogia da extrema direita encontra espaço devido à desastrosa política do chanceler Olaf Scholz, que submeteu a Alemanha a comprar o gás caro dos EUA depois de rejeitar o gás barato da Rússia. Isso aumentou os custos da energia, gerou carestia e derrubou a atividade econômica, gerando recessão e desemprego, com uma insatisfação generalizada.
ULTRA-DIREITA TENTA IMPEDIR ENTRADA DE MIGRANTES
Os protestos eclodiram na semana passada depois que o candidato a chanceler pelo partido União Democrata Cristã (CDU) e favorito nas pesquisas, Friedrich Merz, se aproximou da AfD para conseguir que uma moção não vinculativa fosse aprovada no Bundestag (parlamento alemão) buscando impedir que todos os estrangeiros indocumentados chegassem à fronteira, incluindo requerentes de asilo.
No domingo (2), a frente do parlamento alemão, o Bundestag, foi tomada por uma multidão na marcha de 160 mil pessoas que alertou contra o perigo do ressurgimento da ultra-direita, através do crescimento, em termos eleitorais da xenófoba e racista AfD (Alternativa para a Alemanha).