A taxa de subutilização da população do país, composta por aqueles desempregados e subocupados que gostariam de trabalhar, mas não conseguem emprego, atingiu no trimestre encerrado em agosto 30,6% da força de trabalho – marcando um recorde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira (30).
Em relação ao trimestre anterior, houve crescimento de 3,1 pontos percentuais. Frente ao mesmo período de 2019, quando a taxa estava em 24,3%, houve um aumento na subutilização de 6,2 pontos percentuais.
Isso representa, em números, 33,3 milhões de pessoas. Essa taxa vem crescendo durante toda a gestão de Jair Bolsonaro, mas explodiu nos meses de pandemia dado a completa falta de política econômica e medidas emergenciais que poderiam mitigar os efeitos do isolamento social. Na evolução do número total de brasileiros subutlizados, o aumento foi de 9,7% na comparação com trimestre anterior e de exorbitantes 20% frente ao mesmo trimestre de 2019.
Taxa de desocupação
O dado de maior destaque da Pnad Contínua, que é a taxa de desocupação, também bateu recorde no trimestre findado em agosto desse ano, alcançando 14,4%. Essa taxa considera os desempregados que procuraram efetivamente trabalho nos dias antecedentes à pesquisa. Em números, isso representa 13,8 milhões de brasileiros.
De acordo com o IBGE, também foi registrado a menor taxa de ocupação da história, já que o número de pessoas trabalhando caiu 5% de um trimestre para o outro– ou 4,3 milhões de pessoas a menos, totalizando 81,7 milhões. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, a queda é de 12,8%, o que representa 12 milhões de pessoas a menos empregadas.
Sobre o trabalho com carteira assinada, a Pnad apurou um número estimado em 29,1 milhões de pessoas no período – também o menor da série histórica, com queda de 6,5% frente ao trimestre anterior (menos 2 milhões de pessoas) e 12% (menos 4 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre do ano passado.
A taxa de informalidade cresceu de um trimestre ao outro, chegando a 38% da população ocupada – ou 31 milhões de trabalhadores. A população desalentada (que desistiu de procurar trabalho) também foi outro recorde da Pnad trimestral, marcando 5,9 milhões de pessoas. Em relação a maio, o crescimento foi de 8,1% (mais 440 mil pessoas) e em relação ao ano passado, de 24,2% (mais 1,1 milhão de pessoas).