Uma pesquisa recente realizada sobre as condições de vida dos estudantes universitários estadunidenses concluiu que 36% dos alunos de terceiro grau do país sofrem de “insegurança alimentar” em “moradia precária”. A radiografia do problema teve como base um levantamento junto a 46 mil alunos de 66 universidades de 20 estados e no Distrito de Columbia.
Conforme “o estudo nacional mais amplo sobre esta crise”, publicado pela Universidade Temple, na Filadélfia, que liderou a pesquisa, e pelo centro Wisconsin HOPE Lab, mais de um terço dos jovens pularam refeições ou reduziram as quantidades do que comem por absoluta falta de dinheiro. Quanto às moradias, foi constatada a extrema dificuldade de pagar as contas e a necessidade de se mudar com muita frequência.
Estudante da universidade de Alabama-Birmingham, Supraja Sridhar relatou em entrevista à BBC que uma de suas colegas passava fome: “Ela tinha três empregos, mas enfrentava muitas dificuldades para se sustentar. Não tinha os alimentos de que precisava”. Além disso, ressaltou, alguns colegas eram obrigados a praticar o chamado “coach surfing”, dormindo em sofás ou colchões infláveis de amigos.
A pesquisadora Sara Goldbrick-Rab, da Filadélfia, destacou a gravidade da situação em que se encontram mais de um terço dos alunos das universidades americanas: “Em toda a minha carreira, nunca trabalhei com algo tão triste”.
O documento também inclui informações sobre a penúria de alunos de universidades e cursos técnicos utilizados como “ponte” para a faculdade, com cursos de apenas dois anos, bem mais acessíveis, que podem ser validados posteriormente em uma carreira. Para completar, denuncia a pesquisadora Sara Goldrick-Rab, “os preços da universidade são os