O monitor do PIB (Produto Interno Bruto) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou uma queda de 0,3% na atividade econômica do país em outubro sobre setembro – a primeira após o período de influência da greve dos caminhoneiros, em maio. Dos três grandes setores de atividade, apenas a agropecuária cresceu.
“O fraco desempenho reflete o comportamento praticamente estagnado da indústria, dos serviços e do consumo das famílias e uma queda mais acentuada da formação bruta de capital fixo [investimento das empresas]”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
O indicador divulgado nesta quarta-feira (19) antecipa o resultado do PIB usando os mesmos critérios que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) usa para apresentação do resultado oficial. O PIB é formado por todos os bens e serviços produzidos no país e é considerado nosso parâmetro de crescimento.
Influenciado também pela agropecuária, o crescimento da economia medido pelo indicador da FGV subiu 1,7% na comparação com outubro do ano passado.
Os produtos industrializados apresentaram variação de 0,7%, com retrações registradas na exportação dos bens de consumo não duráveis de 9,2%, recuo de 6,0% em semiduráveis e retração de 22,1% em duráveis.
Importações
Enquanto a participação de máquinas e equipamentos nacionais cresceu 8,9%, os equipamentos importados tiveram expansão de 24,7%. A exportação na média móvel trimestral terminada em outubro subiu 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para a venda externa de produtos da agropecuária (10,7%) e da indústria extrativa mineral (17,8%).
A importação também apresentou crescimento no trimestre terminado em outubro, com alta de 7,2% contra igual trimestre de 2017.
“Chama a atenção o desempenho positivo da importação de bens de capital (50,7%), de bens de consumo duráveis (35,9%) e de produtos da extrativa mineral (31,3%), sendo o crescimento deste último componente o maior desde o trimestre finalizado em outubro de 2013 (34,3%)”, informou a FGV.
PRISCILA CASALE