Pesquisa registra um total de 66,8 milhões de pessoas com contas atrasadas em agosto, uma alta de 1,14% frente a julho
Em agosto de 2023, o número de brasileiros com dívidas atrasadas chegou a 66,8 milhões. Esse resultado corresponde a uma alta de 1,14% frente a julho e 7,17% na comparação com agosto de 2022, de acordo com o levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em conjunto com Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Quatro entre 10 brasileiros estavam no vermelho no oitavo mês de 2023. A pesquisa da CNDL/SPC aponta também que o valor médio das dívidas atrasadas chegou a R$ 4.108, no mês passado.
Trata-se de mais um efeito nefasto da política de arrocho monetário do Banco Central (BC), que é aplicada por meio da taxa básica de juros (Selic) – que ficou por doze meses (de agosto de 2022 a agosto de 2023) em 13,75%, travando a economia, a geração de emprego e elevando as dívidas das famílias e das empresas.
Com a Selic neste patamar, cresceram também no país as demais taxas de juros cobradas em empréstimos, cartão de crédito, entre outras.
Em julho, a taxa média de juros do rotativo do cartão cobrada pelos bancos de pessoas físicas, por exemplo, chegou a 445,7% ao ano. Já as taxas médias de juros do cartão de crédito parcelado e do cheque especial ficaram nos absurdos 198,4% ao ano e 132,46% ao ano, respectivamente.
Nesse ambiente de usura é que as contas estão se tornando “bolas de neves” para os brasileiros, “que estão com uma renda destinada a pagar as contas básicas, os itens essenciais de sobrevivência, como a alimentação”, destacou o economista da CNDL, Bruno Imaizumi ao Jornal da Tarde da TV Globo. “Os níveis de preços ainda se encontram de maneira elevada. Sobra pouco dinheiro para pagar outras coisas”, afirmou.
Ontem (20), o Banco Central voltou a reduzir a Selic de juros em apenas 0,50 ponto percentual, que saiu dos 13,25% para 12,75% ao ano. No entanto, os brasileiros seguem entre os maiores pagadores de juros reais do mundo, segundo um levantamento feito pelo MoneYou.
Descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, os juros reais no Brasil estão em 6,40%. Assim, o país segue superando a taxa média de juros reais (hoje em 1,06%) entre os 40 países listados no ranking mundial de juros reais da MoneYou. E, após 7 reuniões consecutivas do Copom, o Brasil agora ocupa a 2ª colocação neste ranking, ficando atrás do México e à frente de Colômbia, Chile e África do Sul.