Quando se amplia para os que não trabalham nem estudam – os chamados nem-nem – são 7,1 milhões de jovens
Jovens entre 14 e 24 anos são a maioria dos desempregados no Brasil, aponta diagnóstico Empregabilidade Jovem Brasil, feito pela Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com o estudo, atualmente 5,2 milhões de jovens disponíveis para trabalhar estão sem ocupação, o que representa 55% do total de 9,4 milhões de desocupados no Brasil.
Quando o campo se amplia para os que não trabalham, nem estudam – os chamados nem-nem – o número vai para 7,1 milhões de jovens. A maioria desses são mulheres, geralmente com filhos pequenos, e 68% são pretos e pardos.
Segundo a pesquisa do Ministério do Trabalho, 14 dos 35 milhões de jovens nesta faixa etária têm ocupação, incluindo estudos ou trabalho. Mais da metade (51%), no entanto, está em atividades informais, sendo as mais frequentes os condutores de motocicleta (entregadores ou motoboys), atendentes de telemarketing, cuidadores de animais, operários da construção e ajudantes de cozinha.
De acordo com a Subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, o que a pesquisa observou de preocupante é o grande número de jovens que não trabalham nem estudam e, ainda entre os que estão ocupados, nem sequer completaram o nível médio.
No primeiro trimestre de 2023, 23% das jovens mulheres ocupadas e 37% dos jovens homens ocupados não tinham concluído o ensino médio. Entre os desocupados, 38% das mulheres e 46% dos homens desistiram do diploma básico. Apenas 9% das jovens ocupadas e 5% dos jovens ocupados têm ensino superior.
“E essa credencial é a mínima para conseguir postos de trabalho de melhor qualidade ou para conseguir se inserir em cursos que tragam mais densidade de conhecimento e mais habilidades para obter um posto de trabalho melhor. Essa pesquisa mostrou que só 14% das ocupações em que os jovens estão são ocupações com essas características, que também ajudam o jovem a transitar para ocupações melhores e ter uma perspectiva de futuro”, afirmou Paula Montagner à Agência Brasil, durante evento do CIEE em São Paulo, onde os dados foram apresentados de forma inédita.