“Durante mais de um ano, Israel vem cometendo crimes de guerra e violações flagrantes do direito internacional em Gaza. Para que Israel deixe de cometer estes crimes, precisamos de ações reais por parte dos líderes políticos, e não apenas de palavras”, afirmou o deputado do Partido Trabalhista britânico Richard Burgon, apresentando a Moção de Ação Antecipada (EDM), assinada por cerca de 50 membros do Parlamento britânico, que exige do governo a imposição de sanções ao regime israelense devido às suas contínuas violações do direito internacional na Palestina.
Apoiando a Moção, a Aliança Independente de Deputados, que inclui figuras como Jeremy Corbyn, Shockat Adam, Adnan Hussain, Ayoub Khan e Iqbal Mohamed, frisou a importância de “impor sanções a Israel, como recentemente solicitado pela Assembleia Geral das Nações Unidas”, e criticou o governo do Reino Unido pela sua cumplicidade com os crimes de Tel Aviv.
A este propósito, em mais um documento tornado público, a coligação formada por Jeremy Corbyn em defesa da Palestina, questionou o Secretário dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, se o governo se opunha realmente ao genocídio.
CARTA REPUDIA CUMPLICIDADE COM ISRAEL
Condenando a nova liderança do Partido Trabalhista por “100 dias de cumplicidade com crimes contra a humanidade” e manifestando “indignação pela cumplicidade do governo com um dos maiores crimes da nossa vida”, a carta aberta surgiu depois de se saber que refugiados palestinos, que procuravam abrigo em tendas, foram queimados até à morte após um ataque aéreo israelense no pátio do hospital Al Aqsa, em Deir Al Balah, no centro de Gaza, no domingo, 13 de outubro. “Os seus últimos momentos na Terra foram de dor e sofrimento inimagináveis”, observa a carta.
“O horror em Gaza é freqüentemente descrito como uma crise humanitária… mas esta não é uma crise humanitária. É um genocídio facilitado pelos governos, incluindo o nosso”, acrescenta a carta.
A Aliança Independente de Deputados perguntou ainda ao governo britânico quando irá acabar com as vendas de armas a Israel e juntar-se à França, Itália, Espanha e Jordânia no apelo a uma proibição global do comércio.
Além disso, questionou se o governo aceita a decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que declarou Israel culpado pela ocupação ilegal dos territórios palestinos.
LONDRES É UM DOS PRINCIPAIS FORNECEDORES DE ARMAS A ISRAEL
Embora a suspensão das vendas de armas a Israel tenha se tornado uma exigência nacional no Reino Unido, Londres continua a ser o principal fornecedor de armas ao governo genocida de Benjamin Netanyahu junto com os Estados Unidos.
Pelas informações do Ministério de Saúde da Palestina, a invasão de Israel a Gaza, que começou em Outubro de 2023, já ceifou até agora a vida de 42.438 pessoas, com mais 99.246 feridos. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.