Manifestação encabeçada pelo presidente Miguel Díaz-Canel e pelo histórico líder revolucionário Raúl Castro percorreu a avenida Malecón de Havana até a Embaixada dos Estados Unidos, exigindo o fim do criminoso e impiedoso bloqueio que já se estende por mais de 60 anos
Com faixas e cartazes denunciando o criminoso bloqueio praticado por mais de seis décadas contra Cuba, centenas de milhares de pessoas marcharam nesta sexta-feira (20) para exigir o fim da política de asfixia econômica implementada por Washington. De forma enfática, os manifestantes repudiaram também a mais recente inclusão da Ilha caribenha na lista de países que patrocinam o terrorismo.
“Nas últimas semanas e dias, houve inúmeras declarações de personalidades norte-americanas e de outras partes do mundo que exigem que [Joe] Biden use o seu poder para ao menos remover dessa lista espúria o nome de uma nação que nunca deveria ter estado lá”, declarou Díaz-Canel, sob aplausos da multidão.
“Apontar Cuba como um Estado que supostamente patrocina o terrorismo é, no mínimo, falso e imoral, independentemente de onde venha a acusação. Mas é duplamente quando a acusação vem do território estadunidense, onde grupos paramilitares que organizam, promovem e financiam ações terroristas contra estruturas sociais e econômicas em Cuba”, acrescentou Díaz-Canel.
O presidente cubano enfatizou que não se trata de uma marcha contra povo estadunidense, mas contra uma condução belicista, que não valoriza a vida. A grande quantidade de presentes, reiterou Díaz-Canel, dá a dimensão do apoio popular à luta contra o bloqueio.
Muitos manifestantes ergueram faixas recordando Fidel Castro e em apoio ao processo revolucionário. Nas palavras de um participante: “Aqui morremos pela independência, a soberania e a história. Aqui estamos com Fidel, com Díaz-Canel e com nossos jovens convencidos de que estamos enfrentando momentos difíceis, porém seguiremos em frente”.
Pela 32ª vez consecutiva, em outubro, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por 187 votos a resolução intitulada A necessidade de acabar com o embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos.
A resolução apresentada por Cuba se baseia na “igualdade soberana dos Estados, na não intervenção e na não interferência em seus assuntos internos e na liberdade do comércio e da navegação internacionais, consagrados em numerosos instrumentos jurídicos internacionais”.
Os países pronunciaram-se categoricamente a favor da retirada de Cuba da lista de “terroristas”, afirmando que a nação caribenha tem se caracterizado por sua solidariedade em tempos de crises nacionais e internacionais. Os dois únicos contrários foram os tradicionais: EUA e Israel.
Para o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodriguez, “nenhum governo deve ter como política causar danos a outros”, frisando que o o bloqueio, como denunciado pela ONU, é uma “punição coletiva que viola os preceitos do direito internacional e do direito internacional humanitário”.
Recentemente tem ocorrido falhas no sistema elétrico cubano – agravadas pela passagem de dois furacões -, “devido à falta de combustível, que causou instabilidade, associada ao estado precário do sistema”, uma vez que “os Estados Unidos aplicaram uma política de máxima pressão sobre terceiros para impedir que Cuba tenha acesso ao provimento de peças e material de reposição”.