
Ao encaminhar a proposta internacional, o secretário-geral da Federação Geral de Sindicatos da Palestina defendeu a solidariedade e o apoio ao direito dos trabalhadores à vida
“A destruição em Gaza atingiu níveis inimagináveis, com bairros inteiros sendo destruídos e trabalhadores mortos simplesmente por tentarem sobreviver. O que está acontecendo não é apenas uma guerra, mas um genocídio sistemático que visa a existência de um povo inteiro”, condenou Shaher Saad, secretário-geral da Federação Geral de Sindicatos da Palestina (PGFTU), na declaração internacional respaldada com a presença de mais de 52 federações e confederações sindicais internacionais reunidas em Ramallah.
Conforme as entidades, se faz necessário o cessar-fogo imediato da agressão israelense contra a Faixa de Gaza e do criminoso bloqueio, bem como o total apoio aos direitos dos trabalhadores palestinos, com 56.530 palestinos mortos, mais de 130 mil feridos – milhares mutilados – e um sem número de desaparecidos sob os escombros desde a agressão de outubro de 2023 .
Saad agradeceu, no encontro em Ramallah nesta segunda, dia 30, a “um raro documento de solidariedade, expressando a consciência viva do movimento sindical global”, enfatizando que a agressão em curso resultou na perda dos meios de subsistência de mais de 507.000 trabalhadores palestinos, em uma catástrofe humanitária e econômica considerada uma das mais terríveis em décadas.
Também pediram o fim do uso do cerco e da fome como armas de guerra, o levantamento das restrições a bens essenciais, suprimentos médicos e combustível, indenização para as comunidades afetadas, a reconstrução acelerada de Gaza e a libertação de todos os detidos e prisioneiros.
A declaração responsabiliza totalmente a ocupação israelense pelos inúmeros crimes cometidos, exigindo um cessar-fogo imediato e abrangente, a abertura permanente de travessias, a facilitação da entrada irrestrita de ajuda humanitária e médica e a suspensão das exportações de armas para Israel. Além disso, as entidades condenam o uso de bloqueios e da fome como armas de guerra, exigindo o levantamento das restrições a bens essenciais, suprimentos médicos e combustível, indenização aos afetados, a aceleração da reconstrução de Gaza e a libertação de todos os detidos e reféns.
As lideranças sindicais alertam para a necessidade de respeitar o direito internacional e as resoluções do Conselho de Segurança, de apoiar o estabelecimento de um Estado palestino independente dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital, e de rejeitar políticas de assentamentos e anexações que minam as perspectivas de paz.
SINDICALISTAS REPUDIAM REGIME DE “APARTHEID E LIMPEZA ÉTNICA”
Além disso, as entidades enfatizam que os trabalhadores da Cisjordânia enfrentam crescentes ataques dos colonos judeus por confiscos, discriminação e humilhação diária, chamando esses atos de “apartheid e limpeza étnica realizados sem responsabilização internacional”.
Concluindo sua declaração, Shaher Saad conclamou os sindicatos de todo o mundo para que “intensifiquem suas ações e pressionem os governos, e expandam as campanhas internacionais de solidariedade para defender o direito do povo palestino à vida, à dignidade e ao trabalho, levando ao estabelecimento de seu estado independente e seu direito à autodeterminação”.
Entre outros, a lista de signatários do manifesto sindical inclui as seguintes entidades: Central Única dos Trabalhadores (CUT) e União Geral dos Trabalhadores (UGT), do Brasil; CGT e CTA – Argentina; UGTT – Tunísia); UMT e UGTM – Marrocos; CGIL – Itália, CFDT, CGT e FO – França; CCOO e UGT – Espanha; LO – Noruega; KCTU – Coreia do Sul; Cosatu – África do Sul. Também se somam no documento, as federações de países árabes e muçulmanos, a exemplo da Palestina, Iraque, Iêmen, Líbano, Mauritânia, Turquia, Jordânia, Argélia, Líbia, Omã, Kuwait, Bahrein aos quais aderem entidades de outros países africanos e latino-americanos.