Desaprovação ao governo como um todo é de 59%. Mulheres, jovens e moradores do Sudeste, Sul e Nordeste lideram o repúdio à forma de agir do ‘capitão cloroquina’. Cresce também a rejeição a Bolsonaro entre os evangélicos
A nova pesquisa PoderData, realizada na 2ª e na 3ª feira desta semana (de 31 de janeiro a 1º de fevereiro) e divulgada nesta quinta-feira (3), mostra que a rejeição da sociedade ao governo federal segue alta. 53% dos entrevistados acham que o trabalho de Bolsonaro é péssimo ou ruim. Somente 27% o consideram bom ou ótimo. Os que acham o governo regular são 17%. Não souberam responder são 3%.
A rejeição ao governo Bolsonaro entre as mulheres é ainda mais intenso do que na população em geral. 59% delas consideram o governo ruim ou péssimo e apenas 20% dizem o contrário. Entre os homens, 47% rejeitam e 34% apoiam.
Em todas as regiões do Brasil a rejeição a Bolsonaro é maior do que o apoio. No Nordeste 60% o consideram ruim ou péssimo e só 22% apoiam Bolsonaro. No Sul, onde ele ainda tinha alguma base, a situação vem piorando, 56% acham o governo ruim ou péssimo e 29%, bom ou ótimo. Na região mais populosa, o Sudeste, a rejeição a Bolsonaro também é alta, 50% a 28%. No Centro-Oeste, 52% são contra o governo e 28% apoiam. Mesmo no Norte, onde Bolsonaro estava melhor, hoje 43% acham o governo ruim ou péssimo e 37% apoiam.
Entre os mais experientes, acima de 60 anos, 53% consideram o governo ruim ou péssimo e 33% apoiam. Entre os jovens, de 16 a 24 anos, 51% não gostam de Bolsonaro e apenas 26% acham o governo bom ou ótimo. Nas demais faixas etárias, a rejeição varia de 52% a 55% e o apoio fica entre 24% e 26%.
As pessoas com formação universitária rejeitam mais o governo. 62% acham o governo ruim ou péssimo e apenas 28% gostam de Bolsonaro. Entre os que têm o ensino fundamental, a rejeição é de 52% e os que apoiam o governo são 24%. Já 51% dos que têm ensino médio acham o governo ruim ou péssimo e 29% apoiam Bolsonaro. Entre os que ganham até 2 salários mínimos, 52% rejeitam Bolsonaro e 22% apoiam. Entre 2 e 5 salários mínimos, 55% reprovam o governo e 36% apoiam. 54% dos que ganham mais de 5 salários são contra Bolsonaro e apenas 24% apoiam.
Quando se pergunta sobre a aprovação ou não do governo como um todo, 59% desaprovam e 33% aprovam. Aqui também se repete, com algumas nuances, a avaliação feita sobre a atuação de Bolsonaro. A desaprovação é maior entre as mulheres, os moradores do Sul, Sudeste e Nordeste são os que mais desaprovam o governo. Todas as faixas etárias desaprovam a administração de Bolsonaro. Também em todas as faixas de renda, a reprovação é alta.
A pesquisa mostra também que 41% dos evangélicos consideram o trabalho de Jair Bolsonaro (PL) como “ruim” ou “péssimo”. Entre católicos 58% acham Bolsonaro ruim ou péssimo.
ELEIÇÃO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança da corrida eleitoral para o Palácio do Planalto em 2022. Segundo esta mesma pesquisa, o petista aparece com 41% das intenções de voto contra 30% de Jair Bolsonaro (PL). Os dois candidatos oscilaram dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Na única simulação de segundo turno feita pela pesquisa, Lula vence Bolsonaro por 54% a 37%.
Ciro Gomes, presidenciável do PDT, e Sérgio Moro (Podemos) aparecem empatados com 7% cada um. Dória tem 2% das intenções de voto, junto com Janones, do Avante. Vieira (Cidadania), Tebet (MDB) e Pacheco (PSD) ficaram com 1% cada um.
Bolsonaro perde entre as mulheres (44% a 22%), quase empata entre os homens (38% a 39%) e só vence entre os que têm mais de 60 anos, perdendo em todas as outras faixas etárias. Bolsonaro perde também em todas as regiões, com exceção do Norte, onde ele aparece empatado (39% a 40%).
Há um empate entre os eleitores com ensino médio (35% e 37%). Nas demais faixas de ensino, Bolsonaro perde: 46% a 23% no fundamental; e 46% a 29% entre os que têm ensino superior. Bolsonaro também perde entre os mais pobres e os mais ricos e só vence entre os que ganham entre 2 e 5 salários mínimos.