
Outros 19% afirmam que votariam “com certeza” em candidato que prometa anistiar ex-presidente e condenados do 8 de janeiro
Alerta aos chamados candidatos bolsonaristas às eleições de 2026, às vésperas do julgamento das ações penais sobre a tentativa de golpe de Estado. E a quase 1 ano para o início do ciclo eleitoral.
Pesquisa Datafolha aponta que 61% dos brasileiros afirmam ser contra votar em candidatos que prometam anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de eventuais condenações.
A pesquisa foi realizada entre 29 e 30 julho e também questionou se o perdão das penas deve se estender aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
VOTARIAM “COM CERTEZA”
O Datafolha também identificou o chamado “bolsonarismo raiz”, aquele que vota incondicionalmente no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
São os 19% dos entrevistados, que votariam “com certeza” em candidato favorável ao perdão para pessoas condenadas por envolvimento em tentativas criminosas.
Outros 14% dizem que talvez votassem em nomes a favor dessas bandeiras. E 6% não souberam responder.
A FAVOR DO PERDÃO
Os principais nomes da direita como possíveis candidatos nas eleições de 2026 já se manifestaram favoravelmente ao perdão da pena de Bolsonaro.
São exemplos, na corrida ao Planalto, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas, Romeu Zema (Novo) e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
O governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), não se comprometeu a conceder indulto para Bolsonaro, mas se declarou a favor da anistia para os golpistas condenados por envolvimento no atentado do 8 de janeiro.
PRERROGATIVA DO PRESIDENTE
A concessão de indulto é prerrogativa do presidente da República, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) construiu precedente contrário à validade desse dispositivo, em casos de atentado contra a democracia.
É o caso que ocorreu no episódio em que Bolsonaro livrou o ex-deputado federal Daniel Silveira da prisão.
Em votação no plenário, os ministros do STF cassaram o decreto e restabeleceram a pena do ex-parlamentar, que hoje encontra-se preso. Ele foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por ameaças ao Estado democrático de Direito e incitação à violência contra ministros do Supremo.
Atualmente, Silveira cumpre pena em regime semiaberto na Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé, no Estado do Rio de Janeiro
Foram ouvidas 2004 pessoas. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou menos.