Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transportes (CNT) apontou que 62% das rodovias brasileiras estão em condições regular, ruins ou péssimas.
O resultado é pior em comparação com o ano passado, quando 58,2% apresentaram alguma espécie de problema no estado geral. A avaliação considera as condições de pavimentação, sinalização e geometria da via.
O levantamento foi realizado por 24 equipes, que durante 30 dias percorreram 542 estradas federais e algumas estaduais, somando 106 mil km avaliados. De acordo com o estudo, o critério de sinalização foi o mais afetado, no qual a classificação como boa ou ótima despencou de 48,3% para 40,8%.
As estradas privatizadas pelo governo federal que se comprometeram a fazer investimentos e, em troca, lucrarem com o direito de cobrar pedágio não escaparam da pesquisa, e demonstraram sérios problemas. De acordo com a análise, 25% das rodovias privatizadas são consideradas regulares, ruins ou péssimas. Em Goiás, 410 quilômetros da BR-153 são de pista simples, sem sinalização. Pontes estão sem a barreira de proteção. O trecho tinha sido privatizado há três anos. Mas voltou para o governo federal, porque a concessionária não cumpriu com seu compromisso e não realizou as melhorias exigidas.
Ainda segundo a CNT, apenas 12% da malha total de 1,735 milhão de quilômetros do País são pavimentadas. “Dizem que o Brasil é rodoviarista, mas essa não é a verdade. A realidade é que o Brasil não tem infraestrutura”, disse o presidente da seção de transporte rodoviário de cargas da CNT, Flávio Benatti.