“A pobreza nunca esteve tão alta no Brasil: 33,5 milhões de brasileiros vivem com renda domiciliar per capita até R$ 289 mensais, 15,5 milhões com renda de até R$ 172 mensais e 12,6 milhões com renda de até R$ 105 mensais”, aponta estudo da FGV-Social
O contingente de brasileiros que ganham menos de meio salário mínimo aumentou em 9,6 milhões, entre 2019 a 2021. É o que demonstra um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado nesta quarta-feira (29).
De acordo com dados do Mapa da Nova Pobreza da FGV, em 2021, 62,9 milhões de brasileiros, ou cerca de 29,6% da população total do país, viviam com renda domiciliar per capita até R$ 497 mensais. O maior nível de pobreza da série histórica iniciada em 2012.
“A pobreza nunca esteve tão alta no Brasil”, afirma a FGV na apresentação do estudo com base em microdados da pesquisa PNAD Continua do IBGE, que tem como objetivo avaliar a evolução espacial da pobreza nos últimos anos. Segundo o estudo, esse aumento da pobreza no governo Bolsonaro corresponde a “quase um Portugal de novos pobres”.
O estudo também apontou que 33,5 milhões de pessoas vivem com renda domiciliar per capita até R$ 289 mensais; 15,5 milhões vivem com até R$ 172 mensais; e 12,6 milhões subsistindo com renda de até R$ 105 mensais. Veja o gráfico abaixo.
Por regiões, a FGV destacou que os Estados com as maiores taxas de pobrezas são: Maranhão (57,90%), Amazonas (51,42%), Alagoas (50,36%), Pernambuco (50,32%), Sergipe (48,17%), Bahia (47,33%), Paraíba (47,18%), Pará (46,85%), Amapá (46,80%), Roraima (46,16%), Ceará (45,89%), Piauí (45,81%), Acre (45,53%), Rio Grande do Norte (42,86%), Tocantins (33,59%) e Rondônia 31,65%.
Os dados da FGV, somada à recente divulgação de 33,1 milhões de brasileiros passando fome no país em 2021 (em 2018 eram 10 milhões), revelam que Bolsonaro, além de uma condução desastrosa na pandemia de Covid-19 – que permitiu a morte de milhares de brasileiros -, atirou a população para extrema miséria por meio da sua política econômica de destruição do Estado, que trouxe de volta o inferno da inflação, e que levou para o avanço da deterioração da renda do trabalhador e o aumento do desemprego no país.