“Quanto mais a Selic sobe, menor será o consumo das pessoas”, afirma o presidente do Simpi, Joseph Couri
Pesquisa realizada com dirigentes de micro e pequenas Indústrias pelo Simpi e o Datafolha mostra que a percentagem dos que consideram o cenário atual “ruim ou péssimo” piorou, com um aumento de 37% para 48% nos meses de abril e maio.
A elevada taxa de juros é a principal preocupação apontada pelos donos e diretores das micro e pequenas indústrias, de acordo com a pesquisa. De fevereiro e março a abril e maio, cresceu de 52% para 66% o índice de empresas que estão se vendo muito prejudicadas pelas taxas de juros no Brasil. Quase metade delas não tem capital de gira suficiente.
Os juros elevados têm dificultado o acesso ao crédito num cenário onde 6,4 milhões de empresas estavam inadimplentes no mês de maio, segundo a Serasa.
A pesquisa do Simpi foi divulgada no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu pela manutenção dos juros básicos da economia, a taxa Selic, em 13,75%, a maior do mundo, ao contrário do anseio de todos os setores da sociedade, como declarou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que defenderam a redução imediata dos juros.
Para Joseph Couri, presidente do Simpi, “é inevitável que a taxa de juros necessite ser mais baixa. Quanto mais a Selic sobe, menor será o consumo das pessoas, com uma tendência na queda da inflação. Por outro lado, quando ela cai, há um estímulo e aquecimento do mercado”.
De acordo com a pesquisa, os que veem o panorama como bom ou ótimo cresceu somente um ponto percentual, de 13% para 14% nos dois meses.