O número de russos que desejam a volta da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) alcançou os 66% em 2018, um novo recorde nos últimos 15 anos, revelou uma pesquisa do Instituto Levada-Center divulgada nesta semana. Conforme o levantamento, é um aumento de 8% em relação ao ano passado, quando 58% dos entrevistados responderam “sim” à pergunta se lamentavam a desintegração da URSS em 1991.
Já em 1992 o Levada-Center iniciou a questionar a população sobre o tema e os percentuais jamais excederam 65% desde 2004, enquanto o recorde absoluto foi estabelecido em 2000, quando 75% deram uma resposta afirmativa.
De acordo com o Instituto, se antes a maioria dos que expressava desejo pelo retorno da União Soviética era composta por russos com mais de 55 anos, no último período esta vontade vem crescendo entre jovens de 18 a 24 anos.
Em relação a se o colapso da URSS poderia ter sido evitado, 60% dos entrevistados disse acreditar que sim.
O número de russos que sentem uma grande falta da União Soviética devido à destruição do sistema econômico conjunto de suas 15 repúblicas alcança os 52%; enquanto 36% lamentam ter perdido o senso de pertencer a uma grande potência; e 31% veem como prejudicial o crescimento da desconfiança e da inimizade entre ex-compatriotas.
Na avaliação da pesquisadora Karina Pipiya, a reforma previdenciária deste ano, que aumentou a idade de aposentadoria em cinco anos, é um fator que fortalece em muito o sentimento de perda existente.
O fato é que com o fim da URSS, a economia e os salários encolheram mais de 50%, milhões de russos passaram a conhecer a pobreza e doenças antes erradicadas atingiram proporções epidêmicas. A esperança média de vida retrocedeu aos níveis do século XIX.
A pesquisa ouviu 1600 pessoas de 136 cidades e aldeias da Rússia e foi realizada pelo Levada-Center entre 22 e 28 de novembro.