As negociações salariais coletivas realizadas em fevereiro acentuaram a perda do poder de compra dos salários dos brasileiros. De acordo com estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em sua análise do Salarioêmetro, no referente mês, 74,7% dos reajustes negociados ficaram abaixo do índice de inflação.
No mês anterior, o índice de reajustes negociados que ficaram abaixo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi de 61,8% das negociações, apontando para o aumento da desvalorização salarial.
Com as negociações rebaixando salários, e a alta dos preços de alimentos, gás de cozinha, energia elétrica e transportes, verificadas nos últimos meses, o trabalhador perdeu poder de compra. Segundo reportagem da Folha, com base em estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em fevereiro, os salários perderam, em média 0,55%.
Isso se soma aos cortes salariais que já vinham acontecendo desde o ano passado, quando 9,9 milhões de trabalhadores tiveram seus salários reduzidos com o programa de manutenção do emprego, do Ministério da Economia, que reduziu jornada e salários.
De acordo com a pesquisa da Fipe, o INPC acumulado nos últimos 12 meses foi de 5,5%. No entanto, a média dos reajustes salariais foi de 4,8% e o reajuste mediano ficou em 5,4%.
“O desemprego nas alturas, 70% dos acordos salariais não repuseram a inflação, que explodiu. Alimentos, combustível, gás e outros itens básicos aumentaram, as famílias empobreceram. Meia dúzia de magnatas adulam o genocida. Falta compromisso com o país”, afirmou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) nas redes sociais ao comentar o resultado da pesquisa.