“A crise econômica se intensificou”, diz o Reclame Aqui sobre a pesquisa que registrou entre os motivos: falta de dinheiro, carestia e endividamento elevado
Diante da carestia dos preços que assola o território nacional, do arrocho da renda e do endividamento, e o desemprego, a maioria dos consumidores não vão comprar presentes de Natal este ano, aponta uma pesquisa aplicada pelo site Reclame Aqui, com cerca de 12 mil pessoas.
Segundo a pesquisa, 74,9% dos consumidores não planejam comprar presentes de Natal neste ano. Destes, 32,8% afirmam não ter dinheiro; 18,2% dizem que estão achando tudo muito caro; 16,4%, apontam que estão endividados; e 9% não quer ou não tem a quem comprar presentes.
“Depois da turbulência de 2020, esperava-se que tudo se normalizasse aos poucos, principalmente após o início da vacinação contra covid-19. Mas 2021 chegou: a pandemia continuou e a crise econômica se intensificou, continuando a pressionar as decisões de compra do consumidor”, diz a nota da pesquisa do Reclame Aqui ao destacar que, assim como no ano passado, os problemas financeiros novamente pesaram nessa decisão daqueles que não vão presentear.
Já entre aqueles que planejam presentear, apenas 43,6% já fizeram as compras. Desse público, 41,6% aproveitaram as promoções. Além disso, 68,8% responderam que a pandemia influenciou no valor do presente e no número de pessoas que vão receber presentes – indicando que gostariam de poder comprar e presentear mais. Já sobre o 13º salário, 66,2% não planejam gastar o dinheiro com presentes.
A política de arrocho sobre a renda dos assalariados e do crédito, e o retorno da inflação, que deve ultrapassar os 11%, em 12 meses (dezembro de 2020 a dezembro 2021), são frutos dos desatinos econômicos do governo Bolsonaro.
Com 13,5 milhões de desempregados, juros do comércio de 80% ao ano e inflação acima dos dois dígitos, a intenção de consumo da população brasileira para este Natal caiu 24%, segundo pesquisa da plataforma V+ do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar). Em 2020, no auge da pandemia da Covid-19 e com fim do auxílio emergencial, a queda havia sido de 5% ante o Natal de 2019.