80 civis foram evacuados de Azovstal em segurança no fim de semana, informa Rússia

Civis que escaparam do sequestro pelos nazis em Azovstal (Reuters)

80 civis foram evacuados no fim de semana da siderúrgica Azovstal em Mariupol, revelou o Ministério da Defesa da Rússia, em operação que contou com o apoio da Cruz Vermelha Internacional e da ONU.

No domingo, foram liberados 8 crianças, 14 mulheres e 18 homens. Na véspera, o primeiro grupo de 25 civis deixou Azovstal na tarde de sábado, enquanto um segundo grupo, de 21 pessoas, saiu à noite.

Estima-se que cerca de 2 mil integrantes neonazis do Batalhão Azov, dos quais 500 feridos, continuam entocados nos subterrâneos e bunker da siderúrgica, com o estratégico porto em mãos da república antifascista de Donetsk.

Todos os civis libertados foram levados para a vila de Bezymennoye, onde receberam alimentação, alojamento e cuidados médicos necessários e puderam decidir prosseguir até a Rússia ou a áreas controladas pelo regime de Kiev.

A evacuação foi monitorada por representantes das Nações Unidas e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

“O CICV confirma que uma operação de passagem segura está em andamento, em coordenação com a ONU e as partes em conflito”, disse o porta-voz do CICV, Jason Straziuso, ao portal russo Sputnik. Nenhum detalhe da operação transpirou durante essa fase, para não comprometer “a segurança dos civis e do comboio”.

Ao receber o secretário-geral da ONU Antonio Guterres na semana passada, o presidente russo Vladimir Putin tinha reiterado, em face da discussão sobre corredores humanitários, que os militares ucranianos ainda em Azovstal tinham de permitir a livre saída dos civis, ou estariam agindo como o Estado Islâmico, que faz civis de escudos humanos.

Uma pessoa que acabou de deixar Azvostal fez uma estimativa de que seriam “300, talvez um pouco mais” os civis a que resta liberar.

COMPARSAS DE BUNKER?

Segundo o chanceler russo Sergei Lavrov, por trás de todo o alarido sobre Azovstal e da exigência de retirada de “todos” os que lá se encontram, inclusive os neonazis, há a questão de que, entre eles, “pode haver oficiais e mercenários ocidentais”.

“A situação com o confronto na fábrica de Azovstal em Mariupol e o desejo obstinado e até histérico do presidente Zelensky, sua equipe e seus patronos do Ocidente de conseguir a retirada de todas essas pessoas e enviá-las para o território da Ucrânia se deve a o fato de que há muitos personagens que confirmarão a presença de mercenários, e possivelmente oficiais ativos dos exércitos ocidentais ao lado dos radicais ucranianos”, disse Lavrov na entrevista à tevê italiana.

Segundo o jornal russo Komsomolskaya Pravda, uma funcionária da Azovstal recém evacuada, Natalya Usmanova, disse que um ‘general mercenário’ estava na fábrica. Se isso é verdade ou não, fica para ser visto, mas houve várias tentativas fracassadas e mirabolantes de resgate de figurões do Azov no período anterior da luta em Mariupol.

Depois de esperar por oito anos que o regime de Kiev cumprisse com os acordos de Minsk, para solução pacífica com a autonomia do Donbass inscrita na constituição, assim como o direito ao uso da própria língua de sua população, a Rússia reconheceu as duas repúblicas populares, que se constituíram na resistência ao golpe de estado de 2014, e, diante do agravamento dos ataques contra Donetsk e Lugansk, iniciou uma operação militar especial, voltada a impedir – pela terceira vez – a tentativa de limpeza étnica contra os russófonos, e ainda a ‘desnazificar e desmilitarizar’o país, que também deve se manter neutro, sem armas nucleares e sem bases estrangeiras.

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