O ex-superintendente da Polícia Federal do Rio, Carlos Henrique Oliveira, declarou na quarta-feira (13) que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, era investigado em um inquérito em curso na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro.
A informação do delegado desmente o que foi declarado por Bolsonaro, de que ninguém da sua família era investigado.
Os investigadores apontam que a existência desse inquérito contra o filho do presidente é um fato considerado relevante, que remete ao interesse concreto de Bolsonaro na PF do Rio de Janeiro. Além disso, a Operação Furna da Onça, da PF, que acabou prendendo dez deputados estaduais, também encontrou um esquema de lavagem de dinheiro, comandado por Fabrício Queiroz, dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro.
“Perguntado se tem conhecimento de investigações sobre familiares do presidente nos anos de 2019 e 2020 na SR/PF/RJ disse que tem conhecimento de uma investigação no âmbito eleitoral cujo inquérito já foi relatado, não tendo havido indiciamento”, diz o depoimento do delegado.
Carlos Henrique também prestou depoimento para falar da demora de sua nomeação para o cargo de superintendente no Rio, que teria ocorrido porque Bolsonaro queria nomear outra pessoa o posto. “Houve uma demora na nomeação do depoente para esse cargo pois na época houve uma manifestação pública do presidente Jair Bolsonaro, noticiada na imprensa, no sentido que ele, o presidente, desejava que outro delegado assumisse o cargo de superintendente no Rio de Janeiro”, afirma.
Carlos Henrique Oliveira desmentiu também o presidente sobre os motivos para a mudança na superintendência da PF do Rio pretendida por ele. Ao contrário do que Bolsonaro disse, o órgão carioca tinha uma alta produtividade na gestão de Sérgio Saadi. Em, agosto, Bolsonaro havia alegado que queria tirar Saadi por por baixa produtividades do órgão.
Em depoimento na quarta-feira, o delegado Alexandre Saraiva confirmou que foi sondado pelo delegado Alexandre Ramagem se ele teria interesse em assumir a superintendência do órgão no Rio de Janeiro. Saraiva declarou que respondeu positivamente já que era do Rio e gostaria de voltar para a sua cidade.
Ramagem não era da direção da Polícia Federal. Tinha essa condição de sair sondando nomes para a PF pela intimidade que usufruía da família Bolsonaro, particularmente do vereador Carlos Bolsonaro.