Segundo a pasta, 31 mil profissionais testaram positivo para o novo coronavírus
Durante uma coletiva de imprensa na última quinta-feira (14), o Ministério da Saúde divulgou dados onde mostram que 31 mil profissionais de saúde foram confirmados para o coronavírus. Ainda existem outros 114 mil trabalhadores com investigação para a doença.
Desses, 34% são técnicos e auxiliares de enfermagem, 16% enfermeiros e 13% médicos.
Eduardo Macário, secretário substituto de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, afirmou que os profissionais de saúde que apresentarem sintomas gripais devem ser afastados do trabalho.
“Esse profissional tem que ser afastado preventivamente e tem que ser feito o teste justamente para se identificar se ele está infectado com o coronavírus ou não. Nesse processo, identificamos 199 mil profissionais que foram notificados dentro do sistema. Podem ter um pouco mais, mas esse é o número real que nós temos”, afirmou Macário durante a coletiva.
Do total dos casos sob suspeita, 31.790 (15,9%) já foram confirmados com Covid-19. No entanto, a pasta não forneceu detalhes sobre as profissões dos infectados. O Ministério acrescentou, ainda, que 114.301 casos (o equivalente a 57,2%) ainda seguem em investigação.
O estado de São Paulo concentra a maior parte de diagnósticos, com 14.831 profissionais de saúde com confirmação de Covid-19. Atrás, seguem Rio de Janeiro (4.451), Ceará (1.668), Amazonas (1.257) e Bahia (1.174).
A lista fornecida pelo Ministério da Saúde com o número de casos suspeitos, entre profissionais de saúde, divididos por categorias é:
• Técnico ou Auxiliar em Enfermagem: 68.250 casos (34,2%)
• Enfermeiro: 33.733 casos (16,9%)
• Médico: 26.546 casos (13,3%)
• Recepcionista: 8.610 casos (4,3%)
• Outro tipo de agente de saúde: 5.013 casos (2,5%)
• Agente Comunitário de Saúde: 4.917 casos (2,5%)
• Gestores e especialistas de operações em empresas, secretarias e unidades de serviços de saúde: 4.888 casos (2,4%)
• Fisioterapeuta: 4.179 casos (2,1%)
• Farmacêutico: 3.444 casos (1,7%)
• Biomédico: 3.253 casos (1,6%) • Outros: 36.935 casos (18,5%)
COFEN
Para Walkirio Almeida, Coordenador do gabinete de crise do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que é responsável pelo Observatório da Enfermagem, que acompanha os casos de Covid entre os profissionais Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares em tempo real, diz que o número de casos divulgado pelo ministério pode ser ainda maior, o que faz com que seja necessário maiores cuidados por parte do ministério com a classe no momento.
“A princípio me causaria surpresa se o número divulgado fosse menor que os apresentados no nosso Observatório. Aliás, foi justamente a indisponibilidade de informações sobre os indicadores epidemiológicos relacionados aos profissionais de saúde que nos levou a colocar em prática o Observatório da Enfermagem para acompanhar o impacto da Covid-19 especificamente nos profissionais de enfermagem desde o dia 20 de março. O Ministério da Saúde recebe as informações dos casos notificados suspeitos e confirmados de todas as unidades de atendimento do Brasil, portanto um volume de dados maior que o nosso”, analisou Walkirio em entrevista à Hora do Povo.
“Mas ressaltamos que ainda que o número de infectados divulgados pelo Ministério seja maior, o que aumenta muito mais nossa preocupação e a necessidade das autoridades governamentais se empenhem de fato e coloquem em prática medidas para proteger os profissionais da saúde”, disse.
Walkirio destaca que “o número de óbitos de profissionais de enfermagem é muito próximo da realidade, pois checamos todos os comunicados que recebemos. Ressalto que não criamos o Observatório como forma de rivalizar com Ministério da Saúde, mas como forma de termos uma amostragem do que estava acontecendo com a enfermagem”.