O Diário Oficial da União da última sexta-feira (26), divulgou portaria nomeando o filho do conhecido “deputado da tatuagem”, Wladimir Costa (SD-PA), para ocupar o cargo de delegado federal da Secretaria Nacional do Desenvolvimento Agrário. A pasta tem como principal atribuição a promoção da reforma agrária no país.
Yorran Costa, de apenas 22 anos, ainda é estudante de Direito e Gestão Pública, mas seu pai garante que ele tem todo o mérito para atuar no cargo, que administra recursos no valor de R$ 100 milhões anuais no Pará. De acordo com informações do Portal da Transparência, o salário do jovem será de cerca de R$ 10 mil.
O filho de Wladimir Costa assumirá a gestão do órgão federal, responsável por questões como a reforma agrária, promoção do desenvolvimento sustentável dos agricultores familiares; e delimitação, demarcação e titulação das terras de comunidades dos quilombos. Extraordinariamente, também exerce competências relativas à regularização fundiária na Amazônia conforme disposto na Lei nº 11.952/09.
LEGADO
Conhecido por diversas atitudes polêmicas, o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) foi apelidado de “deputado dos confetes” após estourar um rojão de confetes durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
Em julho de 2017, Wladimir fez aparições públicas, com a palavra “Temer” tatuada no ombro direito, gerando uma grande repercussão pelo puxa-saquismo, após ele garantir que era um desenho permanente. Em agosto do mesmo ano, durante as articulações para barrar o avanço das investigações sobre a denúncia que pesava contra ele por corrupção passiva, e que havia chegado à Câmara dos Deputados, Wladimir Costa foi flagrado dentro do plenário e durante a votação, trocando mensagens com uma mulher em que pedia para ela “mostrar a bunda”, com a justificativa de que “não são suas profissões que a destacam como mulher”.
FICHA SUJA
Em 2016, o deputado foi condenado à perda de mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) após a corte considerar ilícitos a arrecadação e gastos da campanha eleitoral do deputado. Ele declarou gastos no valor de R$ 642.457,48 durante sua candidatura à Câmara Federal, porém segundo o MPE, Wladimir Costa deixou de declarar R$ 149.950 em despesas de material gráfico, além de mais de R$ 100 mil em despesas efetuadas entre julho e setembro do ano eleitoral de 2014, que não aparecem na prestação de contas. O deputado recorreu da decisão.
Em dezembro de 2017, foi condenado novamente pelo TRE-PA por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. Seu mandato foi cassado por unanimidade. O deputado também foi denunciado pelo Ministério Público por peculato por desvio de recursos que deveriam ser aplicados em atividades esportivas no Pará. O montante seria de R$ 230 mil, que teriam sido repassados ao Instituto Nossa Senhora de Nazaré de Educação, Esporte e Lazer de Barcarena (PA), por meio de um convênio com a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer do estado do Pará. O dinheiro seria usado para custear aulas de canoagem no instituto.