A Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), em plenária com mais de mil aposentados reunidos após missa celebrada na Basílica Nossa Senhora de Aparecida, convocou o Brasil “a exterminar a reforma da Previdência”. O ato foi realizado em comemoração ao Dia Nacional do Aposentado (24 de janeiro) e contou com a presença de diversas lideranças de entidades de aposentados e políticas, entre eles o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
O ato, também organizado pelas entidades FAPESP, CAAPSES, FAAPERJ e FAP/MG, além das filiadas à COBAP, foi iniciado com a leitura da Carta de Aparecida, cujo conteúdo é assinado por 20 entidades.
“Esse dia, que deveria ser de festa, tornou-se mais um dia de luta para os aposentados. Na mídia vemos notícias sobre a situação econômica do país, anunciando rombos bilionários nas contas públicas e apontando a reforma da Previdência como urgente e necessária para a solução do colapso fiscal. Porém, tanto a Anfip, através da Análise da Seguridade Social, quanto a CPI [da Previdência no Congresso Nacional], aprovada por unanimidade, comprovam que não existe déficit na Seguridade e que o superávit é, em média, de R$ 50 bilhões ao ano”, denuncia a carta.
Após o ato de Aparecida, no interior de São Paulo, a COBAP realizou nesta segunda-feira, 29, reunião da diretoria em que se decidiu pela ofensiva a Brasília contra a reforma da Previdência.
As lideranças permanecem reunidas na terça-feira, 30, para organizar as caravanas. A intenção é fortalecer a mobilização dos aposentados em Brasília e participar dos protestos e da Greve Geral que está sendo organizada pelas centrais CGTB e Conlutas. A entidade convoca todos os filiados e aposentados a pressionarem os deputados para que não aprovem a reforma da previdência e fiquem de olho nos que forem a favor: “quem votar não vai voltar”, diz a entidade.
Para Warley, a principal missão da COBAP agora é desmentir as falácias que o governo federal espalha, através de propagandas mentirosas sobre a previdência e barrar a reforma. “Os problemas não são as aposentadorias, mas as empresas privadas que devem R$ 450 bilhões à Previdência! Ela é fonte de renda de muita gente, há cidades inteiras que só têm comércio e serviços por conta dos aposentados e pensionistas, que recebem o salário mínimo. São dois terços dos aposentados do país. É obvio que não são essas pessoas que trazem prejuízo às contas públicas, e a CPI provou isso. Fazer uma reforma tirando o sustento de quem recebe o salário mínimo é condenar as pessoas à miséria”, criticou Warley.
“Convocamos o povo nesse momento tão delicado da nossa história que assuma o papel protagonista em defesa de nossa pátria, dando resposta nas urnas, nesse ano eleitoral. Os aposentados, pensionistas e idosos, celebrando seu Dia Nacional, carregam a convicção que com muita luta e as Bênçãos de Nossa Senhora Aparecida irão colaborar na recuperação da justiça, da ética na política e da paz conquistada ao longo de décadas de trabalho e que vem sendo retirada governo após governo“, diz o documento aclamado em Aparecida.
Além das entidade de aposentados, o ato também contou com a presença de lideranças políticas como João Vicente Goulart (pré-candidato a presidente da República), que saudou todos os aposentados e se somou à luta da COBAP contra a reforma da Previdência.
Carlos Eduardo Gabas (ex-ministro da Previdência), Luiz Carlos Motta (presidente da Fecomerciários), Miguel Manso (presidente estadual do Partido Pátria Livre) Wellington Lima (presidente da Federação dos Servidores Públicos), Plinio Sarti (dirigente do Sindinapi), Andrea Gato (advogada) e Gláucia Morelli (presidenta da Confederação das Mulheres), José Avelino (vice-presidente da ANFIP), também estiveram presentes.