O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, declarou que não foi bem interpretado na nota que divulgou na semana passada e que o problema é da imprensa que “está contaminada”.
“Eu não citei o nome do ministro [do STF] Celso de Mello, não citei o nome do procurador-geral. Fiz uma nota simplesmente genérica e houve uma distorção. Teve gente que colocou o nome do ministro Celso de Mello, como se eu tivesse dirigindo a nota a ele. Não dirigi a nota a ninguém”, disse.
De fato, Heleno não citou ninguém, até porque sabia que o pedido para apreensão do celular estava nas mãos do procurador-geral Aras, guindado por Bolsonaro de um terceiro lugar de lista tríplice para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na semana passada, Heleno divulgou uma nota contra a suposta apreensão do celular de Jair Bolsonaro pelo STF. Na verdade, o ministro Celso de Mello pediu à PGR para se pronunciar. Heleno declarou que isso (apreensão do celular) teria “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
Foi “uma nota completamente neutra, colocando o problema em si, sem citar nomes. Não falei em Forças Armadas, não falei em intervenção militar. Teve gente que disse que aquilo ali era um preâmbulo da intervenção militar. Virou moda. Isso é um absurdo, ninguém está pensando nisso, ninguém conversa sobre isso”, tentou explicar-se.
Para o ministro, as faixas pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional presentes nas manifestações pró-governo, das quais até mesmo Jair Bolsonaro tem participado, são “manifestações absolutamente irresponsáveis”. “Podem falar o que quiser, podem prever um regime soviético no Brasil. Não tem nada a ver. A manifestação é livre, espontânea, permitida”, continuou.
“Intervenção militar não resolve nada. Ninguém está pensando nisso”, disse.
Ele garante que “não houve esse pensamento nem da parte do presidente, nem da parte de nenhum dos ministros. Isso só tem na cabeça da imprensa. A imprensa está contaminada com isso, não sei porque”, continuou.