O preço da passagem paga pelos usuários do trem metropolitano de Porto Alegre sofreu um aumento de 94%, e passará de R$ 1,70 para R$ 3,30 a partir do dia 3.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do RS (Sindimetrô/RS), o aumento abusivo realizado pelo governo federal tem a clara intenção de viabilizar a privatização da Trensurb, a companhia de trens que opera a linha.
O sindicato enfatiza ainda que o aumento de 94% “está fora da realidade vivida pelos trabalhadores e estudantes que utilizam o meio de transporte”. Diariamente, o trem transporta 185 mil passageiros ligando a região metropolitana da capital gaúcha com as cidades de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo.
“O aumento é abusivo, pois não leva em conta a grave crise de emprego enfrentada pelo País. São mais de 14 milhões de desempregados. Pessoas que diariamente se deslocam nas regiões metropolitanas atrás de novas oportunidades de trabalho. O preço acessível praticado pela Trensurb era um dos poucos serviços em que o trabalhador recebia o retorno do seu imposto”, ressalta a nota.
Segundo a nota, o sindicato ainda argumenta que não existe motivo para que o índice de reajuste seja superior ao da inflação no período, e que o aumento é uma afronta do governo federal para privatizar a empresa.
Em abril deste ano, completará dois anos que os novos trens apresentaram problemas e tiveram que ser retirados de circulação para serem reparados. Dentre este período, somente seis dos 15 veículos retornaram do concerto. O prazo para a devolução de todos os trens funcionando era para outubro de 2017.
Ainda segundo o sindicato, dos trens novos que estão operação, “dois estão totalmente ‘canibalizados’, com as suas peças retiradas para consertar defeitos nos demais”. Para os servidores, isso mostra como o serviço da empresa está precarizado. O sindicato denuncia ainda o fechamento da maioria dos banheiros públicos das estações devido à falta de manutenção.