E o Banco do Nordeste para o partido de Valdemar Costa Neto, que foi preso também por corrupção
Jair Bolsonaro nomeou, na segunda-feira (1), o chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O Banco do Nordeste será entregue ao PL, do condenado Valdemar da Costa Neto.
O FNDE, que é responsável por muitos programas de desenvolvimento da educação básica, como de transporte e de alimentação, tem um orçamento de R$ 54 bilhões.
No Diário Oficial da segunda-feira, o ministro da Casa Civil, Braga Netto, assinou a nomeação de Marcelo Lopes da Ponte para a chefia do FNDE, após acordo de Jair Bolsonaro com o senador Ciro Nogueira.
Nogueira é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter liderado um esquema de desvio de dinheiro da Petrobrás. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o novo aliado de Bolsonaro recebeu R$ 7,3 milhões de propina da Odebrecht. Ele também é investigado por ter tentado obstruir as investigações da Lava-jato.
Valdemar da Costa Neto, que já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, fez a indicação de Alexandre Borges Cabral para o comando do Banco do Nordeste.
Para ter uma base de apoio no Congresso Nacional, Jair Bolsonaro fez um acordo de entregar cargos para o PP, o PL, de Valdemar Costa Neto, o Republicanos (antigo PRB) e o PSD, de Gilberto Kassab.
Tentando se explicar para seus apoiadores, Bolsonaro admitiu que estava negociando com diversos partidos, mas garantiu que “em nenhum momento nós oferecemos ou eles pediram ministérios, estatais ou bancos oficiais”.
No dia 18 de maio, Bolsonaro nomeou o assessor técnico da liderança do PL, Garigham Amarante Pinto, como diretor de Ações Educacionais do FNDE.
O toma-lá-da-cá envolvendo o FNDE foi repudiado por parlamentares e pela sociedade civil. Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), “o odor da velha política está impregnado em Bolsonaro. Ele negocia cargos com o centrão à luz do dia e em plena pandemia, com as mortes batendo recorde!”
O senador denuncia ainda que Bolsonaro entregou ao PP um orçamento de R$ 54 bi com o FNDE.
A União Nacional dos Estudantes (UNE), disse que a negociata é inadmissível. “Bolsonaro e Weintraub não podem usar o FNDE como moeda de troca de favores”. Bolsonaro também entregou o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) para aliado de Ciro Nogueira e de Arthur Lira (PP-AL).