Sara Fernanda Giromini, que adotou o codinome da espiã nazista “Sarah Winter née Domville-Taylor”, diz que fez “treinamento” na Ucrânia
O DEM anunciou, nesta terça-feira (2), a expulsão de Sara Winter do partido. Ela participa do grupo fascista “300 do Brasil”, que os procuradores de Brasília chamam de milícia armada.
São desocupados, alguns, inclusive, são “fantasmas” do governo federal, ela própria [Winter] era funcionária do Ministério da Damares Alves, assim como o covarde agressor das enfermeiras. Há também outros que se dizem “empresários” que são adeptos do nazismo, da monarquia, do terraplanismo e de tudo o que é retrógrado, reacionário e obscurantista.
O Democratas anunciou a expulsão da militante fascista “pelo descumprimento dos deveres éticos previstos estatutariamente”. “É importante ressaltar que o Democratas repudia, de forma veemente, quaisquer atos de violência ou atentatórios ao Estado de Direito, ao Regime Democrático e às instituições brasileiras”, disse, em nota, ACM Neto, presidente do partido e prefeito de Salvador.
A resolução assinada por ACM Neto afirma que o DEM decidiu aplicar “a medida de disciplinar e expulsão com cancelamento de filiação partidária ante o cometimento de infração de natureza grave”. O partido menciona o envolvimento de Sara em “movimentos radicais contra o Estado de Direito e o Regime Democrático”. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e outros integrantes do DEM apoiaram a decisão da direção nacional do partido.
Winter é investigada pela Procuradoria-Geral da República, no âmbito do inquérito instaurado no fim de abril para apurar as recentes manifestações antidemocráticas. A apuração foi autorizada também pelo ministro Alexandre de Moraes.
Não é por acaso que a bandeira dos fascistas ucranianos, colaboracionistas de Hitler, começou a tremular nas aglomerações incentivadas por Jair Bolsonaro em Brasília e em alguns outros lugares.
Sara Fernanda Giromini, que adotou o codinome Sara Winter, diz que fez “treinamento” na Ucrânia.
Os colaboracionistas de Hitler, que chegaram ao poder com o golpe de 2014, financiado pelo governo americano, e que derrubou o governo eleito de Viktor Yanukovych, provocaram um massacre e um guerra civil naquele país.
O pseudônimo da bolsonarista não surgiu por acaso. Sarah Winter née Domville-Taylor foi o nome de uma espiã nazista britânica, membro da União Britânica dos Fascistas e era uma “amiga chegada” de Hitler. A brasileira fundou o Femen Brasil, grupo que macaqueava as ucranianas no hábito de reverenciar o nazismo e fazer topless em atos políticos.
Ela chegou a admitir que seu bando atual, batizado de “300 do Brasil”, que está acampado em Brasília e participa das aglomerações dominicais pró-Bolsonaro, possui armas. O ministério público já investiga esta informação e também a existência de um campo de treinamento de tiros.
A aproximação de Sara com os nazistas ucranianos se deu com a sucursal brasileira Femen, da qual Winter fez parte. Em entrevista para a jornalista Mônica Bergamo, a ucraniana Inna Shevchenko disse: “As pessoas têm direito ao passado. Aceitamos ex-prostitutas, ex-nazistas e ex-direitistas. O importante é que ela agora é uma de nós”.
Bruna Themis, ex-companheira de Sara no Femen BR disse uma vez em entrevista para o portal Opera Mundi: “A Sara disse que admira Hitler como pessoa, que ele foi um bom marido, que amava os animais”. A matriz do grupo na Ucrânia integra as bases do neonazismo que derrubou o governo eleito de Yanukovych.
Militantes do Femen usam a bandeira da OUN-UPA, organização fundada pelo nazista ucraniano e agente da SS, Stepan Bandera (Popel). A organização fazia parte batalhão da Waffen SS Galizien, que curiosamente ostentava o número “14” e que sabotou inúmeras eleições da Ucrânia socialista.
Evgenia Krayzman, ativista do Femen ucraniano, postou uma foto posando triunfalmente em frente ao prédio em chamas da Casa dos Sindicatos em Odessa. O massacre vitimou 116 pessoas – mortos pelo incêndio e também a tiros, facadas, machadadas e espancamentos. Incluem-se nessa lista crianças, idosos e mulheres (entre elas, uma grávida estrangulada pelos fascistas no 3º andar do prédio).
No domingo (31), Sara Winter participou de uma réplica diminuta e ridícula da “Marcha das Tochas”, uma marcha nazista, feita na Alemanha poucos dias após a chegada de Hitler ao poder.
Os participantes das duas marchas usavam roupas que lembram a organização racista americana Ku Klux Klan. Num cena macabra, o grupo gritava desaforos contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, usando máscaras e segurando tochas acesas. Isso tudo de madrugada.
No dia seguinte cedo, eles já estavam no ato bolsonarista em frente ao Planalto e ao STF.
Há um mês o grupo anunciou que estaria chegando uma marcha de caminhões em Brasília, vindos de todo o Brasil, para invadir o STF. A iniciativa fracassou porque, segundo um dos organizadores, “o chefe da marcha pegou Covid e está mal”.
Em vídeos divulgados em suas redes sociais, Winter fez ameaças públicas a Moraes. “Juro por Deus, essa era minha vontade. Eu queria trocar soco com esse filho da puta desse arrombado. Infelizmente, não posso”, disse Sara. “Pena que ele [ministro] mora em São Paulo. Se ele estivesse aqui, eu estava lá na porta da casa dele, convidando ele para trocar soco comigo”, afirmou. “Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor. A gente vai infernizar a tua vida.”
A bolsonarista completa: “A gente vai descobrir os lugares que o senhor frequenta. A gente vai descobrir quem são as empregadas domésticas que trabalham para o senhor. A gente vai descobrir tudo da sua vida, até o senhor pedir para sair”.
SÉRGIO CRUZ
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