“Estou morrendo de vontade de ir para rua, mas agora é hora de cuidar das pessoas e, ao mesmo tempo, ir costurando essa frente ampla que vai preparar a ida de milhões para a rua”
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que o momento é de articular a frente ampla para defender a democracia. Para o deputado, é costurando a frente ampla que se leva milhões às ruas.
“Eu estou morrendo de vontade de ir pra rua, mas agora é hora de cuidar das pessoas e, ao mesmo tempo, ir costurando essa frente ampla que vai preparar a ida de milhões para a rua. Não podemos ter posição incoerente de quem fala que não é para fazer concentração e fazer concentração”, disse o deputado durante live com a pré-candidata a vereadora de São Paulo, Keila Pereira, pelo PCdoB.
“Nós temos que costurar essa frente ampla, conversar com todo mundo que concorda com a democracia e não com o jeito que o Bolsonaro faz as coisas. Essa frente ampla tem que preparar grandes manifestações, e não atos de mil, cinco mil ou 10 mil pessoas. Nós temos que colocar milhões nas ruas”, declarou o parlamentar.
Keila Pereira está liderando o projeto “Parelheiro e Marsilac sem fome”, que distribui alimentos para as famílias necessitadas do extremo sul de São Paulo.
Orlando acredita que a necessidade está fazendo surgir um sentimento de solidariedade entre as pessoas. Para ele, “São Paulo tem que ser governada com o olhar para quem precisa primeiro”. A construção de hospitais nas regiões pobres, como Parelheiros, “não pode levar 10 anos, 20 anos. Até aí o bairro já cresceu”.
“Não tem que fazer Conselho Participativo fake. A população tem que ir e o que decidir vale”, completou.
O deputado do PCdoB também defendeu um planejamento para reerguer a economia do país. “Vamos ter que ter uma estratégia de desenvolvimento nacional para reconstruir a economia do país. É nessas horas que faz muita falta você ter um governo. Hoje ele não existe”.
Bolsonaro “criou um monte de burocracia para dificultar o acesso” ao auxílio emergencial de R$ 600 e não criou condições para as empresas se manterem, denunciou o deputado.
“Teve uma hora que estava pedindo que tivesse o CPF. Metade dos trabalhadores não tem carteira assinada, vive de bico, na correria. Ele não tem conta em banco, não tem carteira assinada, para que vai ter CPF?”, questionou.
“Tivemos que votar outra lei para parar de pedir o CPF e ver se acabava com as filas na receita federal, nas lotéricas”, disse Orlando.
Orlando Silva é pré-candidato a prefeito da capital paulista. O deputado disse que Bolsonaro vai querer diminuir o valor do auxílio emergencial, mas garantiu que é impossível “chegar essa proposta de R$ 200 na Câmara e a gente aprovar”. “Quando a gente aprovou o texto que dizia que o benefício seria de R$ 600, ele já queria R$ 200”.
“Se ele quiser botar R$ 200, ele vai ter que mandar outro projeto de lei ou uma medida provisória. A galera não vai deixar, até quem é de direita vai dizer ‘ah, assim não dá’”, continuou.
“Eu estou tentando criar, por meio de leis, formas de garantir renda para as pessoas. Não adianta falar ‘fica em casa’, porque se não tem nenhum suporte para isso, a pessoa não vai ficar em casa”.