O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou através do Twitter que está “saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias)”.
“NÃO QUERO BRIGAR! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!”, publicou Weintraub, que anunciou sua demissão na quinta-feira (18).
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) protocolou, na manhã da sexta, um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o passaporte e outros documentos de viagem de Weintraub sejam apreendidos. O ex-ministro de Bolsonaro é investigado no inquérito das fake news.
“Contudo, ao comemorar a iminente mudança ao exterior, o senhor Abraham Weintraub aparentemente se esqueceu de mencionar que ostenta a condição de investigado perante o Supremo Tribunal Federal, por potencial cometimento do crime de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário e ao Estado de Direito”, apontou o ministro.
Weintraub foi incluído no inquérito por conta da gravação da reunião ministerial do dia 22 de abril, que foi tornada pública pelo STF. Nela, Weintraub aparece dizendo que “eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”.
A Corte já negou um pedido, feito pelo ministro da Justiça, André Mendonça, de habeas corpus para tirar Weintraub das investigações.
Para Mendonça, falar que prenderia os ministros do STF e chamá-los de “vagabundos” faz parte do exercício da liberdade de expressão.
BANCO MUNDIAL
No vídeo no qual anunciou sua saída do Ministério, Weintraub disse que foi convidado para ser diretor de um “banco mundial”. Ele está sendo indicado por Jair Bolsonaro para assumir um cargo no Banco Mundial com salário de R$ 116 mil.
Empresários, intelectuais, economistas fizeram um documento pedindo que Weintraub não seja aceito pelo Banco. O documento foi enviado aos embaixadores da Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago, grupo que o Brasil representa no Banco Mundial. É necessário o referendo desses países para a indicação de Weintraub ser efetivada.
“Enviamos esta carta para desaconselhar fortemente a indicação do Sr. Weintraub para este importante cargo e informá-lo sobre os possíveis danos irreparáveis que ele causaria à posição do seu país no Banco Mundial. Estamos convencidos de que o Sr. Abraham Weintraub não possui as qualificações éticas, profissionais e morais mínimas para ocupar o assento da 15ª Diretoria Executiva do Banco Mundial”, diz o documento.
Entre os mais de 50 signatários estão o ex-embaixador e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, os economistas Laura Carvalho, professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), e Ricardo Henriques, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), e a historiadora e antropóloga Lília Moritz Schwarcz.