O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) comentou a saída esbaforida do país do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub.
“Embora ainda não o fosse juridicamente, Abraham Weintraub pode ser considerado foragido”, escreveu no Twitter.
“Sua saída do país aos sustos denuncia o pânico de ter que acertar as contas com a lei. Além disso, Bolsonaro só o exonerou formalmente após a fuga, para que mantivesse prerrogativa de foro”, afirmou Orlando Silva.
O deputado compartilhou em sua rede social – com o comentário: “‘Cem’ legenda” – um meme com a foto de Weintraub e a palavra escrita “Procura-çe”, em referência à dificuldade do ex-ministro de falar o português corretamente, apesar de estar na pasta da Educação.
Outros parlamentares se pronunciaram sobre a demissão de Weintraub e sua saída do Brasil.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), cobrou um próximo ministro com preparo para ocupar o cargo.
“Por ser uma área estratégica para o país, espero que o próximo ministro da educação tenha um indiscutível preparo técnico e intelectual, uma vez que os efeitos das políticas públicas em setores estruturantes devem ser duradouros”, disse.
A líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), declarou que “Abraham Weintraub era o ministro que jamais poderia ter sido ministro”.
“Não tinha compostura nem capacidade técnica para ocupar tão importante pasta. Seu único legado é um recado ao governo: a sociedade está farta do radicalismo e de atentados à democracia. O Brasil merece respeito”, assinalou.
O deputado Fábio Trad (PSD-MS), vice-líder do bloco que seu partido integra, tratou a situação ironicamente.
“Impressionante: um rolo em cima do outro neste governo. Hoje é o Weintraub indo embora do país com uma pressa estranha. Ontem, caso Queiroz. E o pano de fundo é a pandemia com mais de um milhão de infectados. Brasil parece que vive uma realidade invertida. Deus nos livre!”, comentou Trad.
Os jornalistas também não se furtaram a comentar o episódio.
O colunista Ricardo Noblat enfatizou que “Weintraub fugiu para os Estados Unidos com medo de ser preso”.
“Uma fuga patrocinada pelo governo Bolsonaro. Ocupará em Washington vaga de diretor do Banco Mundial. Ganhará 115 mil reais por mês livres de impostos. Nada mal para o pior ministro da Educação da história do Brasil”, acrescentou.
A colunista do Estadão, Vera Magalhães, classificou a indicação de Weintraub para o Banco Mundial como uma “mamata”.
“Mamata, uso indevido de prerrogativa de servidor público, burla ao princípio da publicidade que rege a administração pública. Como tudo no governo Bolsonaro, o Diário Oficial é tratado como extensão do Vivendas da Barra (condomínio onde Bolsonaro mora na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro)”, disse.
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