No dia 2 de fevereiro de 1943, há 75 anos, depois de 6 meses de batalha, casa por casa, rua por rua, os últimos soldados nazistas rendiam-se em Stalingrado, a heróica Batalha que, sob o comando de Joseph Stalin, se eternizou como umas das maiores demonstrações de amor e coragem da Humanidade, marco da libertação dos países ocupados e do cerco final sobre Hitler.
Em Moscou, uma grande delegação do Partido Comunista de Federação Russa, encabeçada pelo seu presidente, Gennady Andreyevich Zyuganov, e da União de Oficiais Soviéticos participou de uma homenagem, nos muros do Kremlin, à vitória na Batalha colocando flores no Túmulo de Joseph Stalin, de Gueorgui Zhukov e do Soldado Desconhecido.
“75 anos atrás, o mundo inteiro acordou pela manhã e correu para os aparelhos de rádio para saber sobre os eventos no Volga. As pessoas inteligentes entendiam que se os fascistas bloqueassem a possibilidade de se enviar, desde os campos de Baku, produtos petrolíferos ao front, isso significava, de fato, uma forte derrota. Quase oitenta por cento dos motores dos nossos tanques, aviões e carros funcionavam com o petróleo de Baku. Portanto, metro por metro, o soldado soviético lutou ferozmente, percebendo que ele estava defendendo sua própria casa, sua terra e sua Pátria”, disse Zyuganov na Praça Vermelha, na sexta-feira, 2.
“Para derrotar o inimigo, as melhores forças foram postas em ação. Os trens que chegavam para cercar os trezentos mil alemães que compunham as tropas fascistas vinham com um intervalo de 7 a 8 minutos, como bondes. E a inteligência fascista perdeu. Ela não percebeu que, sob o céu de Stalingrado, Stalin concentrou tropas seletivas [especiais] que conseguiram cercar os alemães e capturar 91 mil soldados e oficiais da Wehrmacht, liderados por Friedrich Von Paulus”, lembrou o líder do PCFR.
Zyuganov sublinhou que “nós não ganhamos apenas Stalingrado, rompemos definitivamente os planos estratégicos da Wehrmacht, que tentavam a revanche da derrota em Moscou. E eles foram empurrados do Volga para Berlim. Foram expulsos com confiança, poder e dignidade”.
“Hoje mais uma vez convoco o presidente a devolver à cidade de Volgogrado o nome de Stalingrado”, exigiu.
“Na nossa milenar história, passamos quase setecentos anos em batalhas e campanhas”, lembrou o líder do Partido Comunista. “E, novamente, estamos rodeados por bases militares; nazistas, fascistas provocam nos Estados Bálticos; os bandeiristas [admiradores do nazista ucraniano Bandera] tomaram o poder em Kiev com violência. Terroristas liderados pelos norte-americanos oprimem todo o Oriente Médio. Novamente nos ameaçam com sanções. E pela primeira vez na história, toda a estrutura do governo russo e da administração presidencial está incluída na lista de sanções. Eles humilham nosso país”, frisou.
“Quero agradecer à Corte Arbitral do Esporte na Suíça que permitiu que os canalhas que falsificaram os resultados das Olimpíadas de Sochi recebessem uma resposta digna. Nossos principais atletas terão totalmente restaurados seus direitos, serão devolvidas suas medalhas. Mas fiquei impressionado com a reação do Comitê Olímpico. Eles nem querem ouvir o Tribunal. Eles afirmam que existe alguma outra instância. Mas não existem outras instâncias. E esta decisão do tribunal na Suíça é definitiva”, assinalou o líder do Partido Comunista.
“Mas voltemos à Batalha de Stalingrado. Devemos lembrar esta lição única. Nosso estado resistiu por anos. Enfrentamos sete grandes jornadas, começando pela batalha no Lago Peipus, onde enquadramos os cavaleiros teutônicos. Essas batalhas são a base do nosso Estado, a base do nosso caráter, do nosso patriotismo, do nosso heroísmo. A verdade russa é mais forte que a arrogância deles”, considerou Zyuganov.
“Eu quero lembrar à nobreza americana”, continuou Gennady Andreyevich, “que suas tentativas de estabelecer sua dominação no mundo e ditar-nos suas condições estão condenadas ao fracasso mais cedo que tarde. Se o nosso governo pensasse em uma rejeição séria a essa política, investiria no seu próprio país, na sua indústria, ciência, educação e na educação das crianças”.
“Nós propusemos um programa para a recuperação do país, com o qual nosso candidato Pavel Grudinin vai às eleições presidenciais em 18 de março próximo”, observou o líder do Partido Comunista. “Este programa é para o povo trabalhador. Já realizamos cinco reuniões regionais com o candidato. Em todo lugar, as salas estão lotadas. Ainda há muitas reuniões e viagens pela frente. As pessoas têm sede de verdade”, garantiu.
“Para nós, o 75º aniversário da vitória em Stalingrado e o 100º aniversário do Exército Vermelho são grandes festas, grandes acontecimentos. Cumprimento a todos pelo 75º aniversário da vitória em Stalingrado. Essa data que nos salvou da escravidão nazista mostrou um exemplo do caráter russo, do espírito soviético e de amizade entre os povos. Feliz festa para todos!”, concluiu Zyuganov.
Na cidade de Volgogrado foi realizado um desfile militar, uma homenagem de milhares de pessoas que marcharam até a colina de Mamayev Kurgan onde se encontra a estátua Mãe Pátria, de 85m de altura, erguida em honra daqueles que morreram na batalha defendendo o solo pátrio, e houve um concerto de comemoração à Vitória.
Na Região de Tver (Tverskaya Oblast), na bacia do Volga, entre o Mar do Báltico e Mar Cáspio, e em outras cidades também houve homenagens ao 75º aniversário de Stalingado.
SUSANA SANTOS