Há três meses à espera de uma linha de crédito, às micro e pequenas empresas e Microempreendedores Individuais (MEIs) só poderão entrar com o pedido de contratação de empréstimos no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) apenas em 15 de julho.
O assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos, afirmou na terça-feira (23), em live promovida pela Associação Comercial de Sorocaba, que a maioria dos grandes bancos interessados em aderir ao Pronampe deverão começar a disponibilizar as linhas do programa em 15 de julho.
Segundo o assessor, até o momento, 21 instituições manifestaram interesse em aderir ao Pronampe, e desse total, apenas oito iniciaram o pedido de adesão; três concluíram os testes para operacionalização; duas formalizaram adesão ao programa (Caixa e Itaú); e apenas uma concedeu empréstimos, a Caixa.
Anunciado pelo governo federal no início deste mês, o Pronampe prevê crédito de R$ 15,9 bilhões como ajuda a micro, pequenas empresas, e Microempreendedores Individuais (MEIs), com receita bruta de até R$ 4,8 milhões ao ano. De acordo com Afif Domingos ainda, por conta dessa demora, o prazo de vigência do Pronampe, previsto para três meses, será estendido por mais 90 dias.
Esta notícia é mais uma ducha de água fria para os micros e pequenos empresários brasileiros que esperam há três meses alguma ajuda do governo para não fecharem as portas na pandemia da Covid-19.
Desde que a pandemia chegou no país em março, o governo agiu lentamente para criar medidas de proteção às empresas, e, por consequência disso, vários tiveram que recorrer a empréstimos que foram negados pelo setor bancário, e os que conseguiram tomaram a juros altos, outros fecharam seus estabelecimentos e demitiram seus funcionários.
No Brasil, como no resto do mundo, governos estaduais e prefeituras tiveram que promover a quarentena, necessária para salvar vidas, levando ao fechamento de inúmeras atividades econômicas não essenciais, e, por conta disto, as empresas tiveram uma queda abrupta no faturamento. Para não fechar as portas a alternativa para os empresários foi de recorrer a empréstimos, no entanto, ao longo deste período todo, sem uma ajuda do governo para garantir o financiamento, a resposta que eles encontraram nos bancos foram juros altos, exigências de garantias e outras burocracias.
Os bancos empoçaram os recursos que foram disponibilizados pelo Banco Central, que injetou cerca de R$ 1,2 trilhão de liquidez nos bancos. Isto ocorreu, porque o governo deixou nas mãos do sistema financeiro decidir as condições para liberar o crédito na pandemia.