Em decisão histórica, o Senado do Mississippi aprovou no domingo (28), por 37 votos a 14, a retirada de um emblema confederado de sua bandeira, símbolo do passado escravagista e segregacionista dos EUA. O presidente dos confederados, Jefferson Davis, era do Mississipi e o Estado é o último que ainda mantinha em sua bandeira o símbolo dos senhores de escravos.
A decisão é mais uma vitória da revolta de costa a costa contra o racismo, desencadeada pelo linchamento do cidadão negro George Floyd por um policial racista. Na Câmara dos deputados, a mudança foi endossada por 91 a 23.
Os Confederados queriam manter pela eternidade a escravidão na América e foram à guerra civil contra o governo do grande Abraham Lincoln. Uma comissão irá criar uma nova bandeira sem o símbolo racista, que será votada nas eleições de 3 de novembro.
O governador republicano Tate Reeves afirmou que iria sancionar a lei da mudança do estandarte. O pavilhão racista havia sido confirmado em 2001 em plebiscito, numa reiteração da célebre observação do escritor William Falkner de que seu Estado natal, o Mississipi, era o “lugar onde o passado nunca morre”. 38% da população do Estado é negra.
A bandeira do Mississipi foi criada em 1894, quase 30 anos depois do fim da Guerra de Secessão, no período da imposição das leis Jim Crow, que institucionalizaram a segregação racial. Dois anos depois, a Suprema Corte dos EUA consideraria “constitucional” o apartheid, o que só foi revogado na década de 1960 graças às lutas pelos direitos civis encabeçadas por Martin Luther King e Malcom X.