“o que nós temos é uma contradição gravíssima na medida em que os indicadores econômicos agora estão se degradando com mais velocidade. No momento em que há desemprego, em que, infelizmente, se verifica a desorganização de cadeias de oferta e demanda com a quebradeira de empresas, é que o auxílio emergencial se faz mais necessário”, diz o governador do Maranhão
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que a proposta de redução do auxílio emergencial de R$ 600 concedido a trabalhadores informais e desempregados para amortecer os impactos econômicos da pandemia e isolamento social, feita por Bolsonaro, “é uma desumanidade”.
“Ora, o que nós temos é uma contradição gravíssima na medida em que os indicadores econômicos agora estão se degradando com mais velocidade. No momento em que há desemprego, em que, infelizmente, se verifica a desorganização de cadeias de oferta e demanda com a quebradeira de empresas, é que o auxílio emergencial se faz mais necessário”, afirmou o governador em entrevista ao Uol.
De acordo com o governador, a proposta de reduzir progressivamente o auxílio em três parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300 – conforme indicado em live por Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada, “é a prova de que eles nunca quiseram os R$ 600”.
A princípio, o governo havia proposto um vale de R$ 200 como medida emergencial. O valor atual foi aprovado por decisão da Câmara dos Deputados.
“Ao propor esse cronograma acelerado de fim do auxílio emergencial, fica mais uma vez evidenciado que, assim como o apoio aos Estados e municípios derivou de uma decisão do Congresso Nacional, do mesmo o modo auxílio emergencial só existiu em razão da posição dos deputados federais e senadores”, enfatizou Flávio Dino.
“Segundo a posição do Bolsonaro, ele será desativado no momento em que a economia estará mais fragilizada. Recentemente, o FMI [Fundo Monetário Internacional] chegou a prognosticar a queda do PIB de 9%. Então, isto é uma brutal insensibilidade, é uma desumanidade. O fim precoce do auxílio emergencial pode jogar o Brasil no caos social. Eu espero que, mais uma vez, o Congresso Nacional atue e evite esse equívoco do Bolsonaro”, disse.
Dino, assim como diversos economistas e parlamentares, acreditam que o valor de R$ 600, além de “socialmente justo” é “economicamente inteligente, pois garante o poder aquisitivo da população para ativar a economia”.
Estudos recentes, relacionam a prorrogação do auxílio até o final do ano e um potencial de reduzir a retração do Produto Interno Bruto (PIB) do país.