A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) divulgou uma nota nesta segunda-feira (5) informando que o orçamento destinado pelo governo federal à estatal sofreu um corte de 42% em relação ao ano passado. Com o arrocho, o serviço de transporte de passageiros nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Recife, João Pessoa, Maceió e Natal fica ameaçado.
A verba destinada para o ano de 2018 é de R$ 150 milhões, 42% menor que a do ano passado, quando foram aplicados R$ 260 milhões.
A decisão já reflete no serviço em Belo Horizonte (MG), que só terá recursos assegurados até o mês de junho. Além disso, a companhia começará a notificar empresas prestadoras de serviço sobre a suspensão total ou parcial dos contratos. A partir de 5 de março, o metrô passaria a funcionar somente nos horários de pico, de segunda a sexta-feira: das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30.
O comunicado é assinado pelo diretor presidente da CBTU, José Marques de Lima, e direcionado ao presidente do Conselho de Administração da empresa, Pedro Cunto de Almeida Machado. José Lima avisa que, “em função do severo corte promovido pelo governo federal no orçamento dos metrôs em 2018, a companhia prepara medidas que afetarão diretamente o emprego de milhares de terceirizados, além de prejudicar os cerca de 210 mil passageiros que utilizam o metrô da capital mineira todos os dias”.
O metrô em Belo Horizonte tem apenas uma linha com 19 estações. De acordo com a CBTU, cerca de 300 viagens são realizadas por dia. Mais de 58 milhões de pessoas são transportadas anualmente pelo metrô na capital mineira.
O presidente do Sindicato dos Metroviários de Belo Horizonte (Sindimetro-BH), Romeu José Machado Neto enfatiza que, para Belo Horizonte, o recurso anual previsto para 2018 não chega a R$ 56 milhões. “Para se ter uma ideia, no ano passado, o orçamento foi de R$ 103 milhões só para a capital, e esse valor não foi suficiente”, explicou o sindicalista.
“O corte no orçamento afeta também, diretamente, a compra de diversos tipos de materiais, inclusive peças de reposição para a manutenção de todos os sistemas, que precisam funcionar bem para garantir um serviço eficiente, mas, principalmente, seguro”, alertou o dirigente do Sindimetro
RIO GRANDE DO SUL
Sindicatos e estudantes estão marcando protestos contra o reajuste da tarifa da Trensurb que opera o trem da região metropolitana de Porto Alegre, que entrou em vigor no último sábado (3). Com aval do governo federal, o bilhete unitário do trem metropolitano sobe R$ 1,70, para R$ 3,30, um reajuste de 94,11%.
O Sindicato dos Metroviários de Porto Alegre denuncia que o aumento da passagem tem a finalidade de tornar a linha atrativa para a privatização da estatal.