ISO SENDACZ (*)
Antes mesmo do corrente teste para Covid-19 realizado pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República Federativa do Brasil, que esperamos negativo, o Chefe da Nação exerceu sua prerrogativa legal de sancionar com vetos um projeto de lei apresentado pelo Congresso Nacional.
Não foi um veto recomendado pelas autoridades sanitárias, antes o contrário. Nem mesmo pelo liberalismo econômico, pois que na última reunião ministerial vimos, entre impropérios de toda a ordem, o Ministro da Economia portanto máscara.
Proibir o uso compulsório de máscaras em ambiente fechado, justamente onde a transmissão viral é mais acentuada, é expressão da necropolítica que domina o governo. E o mau exemplo veio logo no sábado em convescote particular de Bolsonaro e seus mais íntimos colaboradores.
Diferentemente do 9 de Maio, quando as Forças Expedicionárias Brasileiras e nossos aliados puseram termo ao nazismo na Europa, a aglomeração de sábado, 4 de Julho, foi duplamente indesejada. Além de bajular novamente bandeira estrangeira que manifestantes por ele saudados em plena pandemia apresentavam acima da nossa, os festejadores estavam todos sem máscara.
Se a curva mortal arrefeceu em ritmo, não quer dizer que não parou de subir e os riscos diminuíram ao ponto de justificar o veto. São mais de 600 mil brasileiros ainda sob atenção e a taxa de letalidade segue em 4%. Tem muito vírus correndo por aí.
Se o uso de máscara (e de álcool em gel e constante lavagem das mãos!) segue altamente recomendável, por que o Presidente vai de encontro à vida?
Não é à toa que médicos como o Coronel Mandetta e o empresário Teich não ficaram no governo, assim como na formação dos mais jovens, depois da fuga do país do ministro investigado mesmo um liberal como Feder não quis se misturar com o contaminante.
(*) Engenheiro Mecânico pela EESC-USP, Especialista aposentado do Banco Central, diretor do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central e do Instituto Cultural Israelita Brasileiro, membro da direção estadual paulista do Partido Comunista do Brasil. Nascido no Bom Retiro, São Paulo, mora em Santos.