“Isso, para mim, foi uma das bombas. O famoso batom na cueca. Ele achava que não ia ser descoberto nunca”, afirmou o presidente da CPMI das fake news sobre o assessor de Eduardo Bolsonaro, flagrado com uma página de desinformação dentro do gabinete do deputado
O senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News e relator do Projeto de Lei de Combate às Fake News (PL 2.630/20), afirmou que “nós queremos limpar as redes sociais e proteger as famílias, combater o crime”.
“Tem muitas coisas nas redes sociais que são malefícios para aqueles que estão passando alguns minutos do seu dia para tentar obter alguma informação verídica. O que se vê hoje é muita mentira. Mentira sobre a Covid, já teve mentira sobre a vacina de Sarampo. Hoje tem gente que prega contra o uso de máscara”.
Para o senador, quem produz esse tipo de conteúdo “são pessoas que atentam contra a vida humana. Não podemos, sob hipótese alguma, ficar calados, o Congresso Nacional não poderia se curvar a esses grandes ‘players mundiais’”.
“Eu fico feliz do Facebook ter tomado essa iniciativa, principalmente porque foi em cima dos requerimentos que nós fizemos na CPMI das Fake News”,
Na quarta-feira (8), o Facebook e o Instagram apagaram contas vinculadas a Jair Bolsonaro e seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Carlos Bolsonaro por violação da “política contra interferência estrangeira e comportamento inautêntico coordenado”. Foram excluídas 35 contas no Facebook 38 contas no Instagram 14 páginas 1 grupo no Facebook.
“Eu fico feliz do Facebook ter tomado essa iniciativa, principalmente porque foi em cima dos requerimentos que nós fizemos na CPMI das Fake News”, comentou Angelo Coronel em live feita com o diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE) Guilherme Bianco, que é pré-candidato a vereador em Araraquara, no interior de São Paulo.
“O Facebook tinha que dar uma resposta à sociedade. O mundo está em greve com as redes sociais, os grandes anunciantes retirando anúncio porque não aguentam mais”.
“Eles deram um ‘freio de arrumação’ e nós aqui no Senado demos outro. Estamos esperando uma iniciativa do Whatsapp para coibir aquelas pessoas que postam vídeos difamando outras pessoas, e hoje não conseguimos chegar no autor”.
O PL 2.630/20 prevê que as redes sociais de mensagens privadas, como o Whatsapp, deve ser capaz de rastrear de onde surgiu uma mensagem, quando a Justiça determinar.
“Que a gente possa fazer a rastreabilidade para saber quem foi o autor daquela mensagem caluniosa, o autor daquele crime. Tudo isso mediante ordem judicial”.
“Rastreabilidade não altera privacidade”, garantiu.
“Essa turma tem uma bolha na internet que quer continuar com essa liberdade de depreciar as outras pessoas sem nenhum crivo, sem nenhuma norma, sem nenhuma lei. São pessoas sem caráter, irresponsáveis”.
“Nós vamos rastrear o metadados, que é quando sai de um celular para outro e para outro até chegar um destino final. Não precisamos saber o conteúdo, porque a pessoa que foi atingida já acionou a Justiça e mostrou. O Whatsapp vai somente pegar o conteúdo mostrado e rastrear até o autor”. “O autor deve ser punido de 5 a 6 anos de cadeia”.
Deputados e blogueiros bolsonaristas estão criticando o Projeto e o acusando de agir contra a liberdade de expressão. “Essa turma tem uma bolha na internet que quer continuar com essa liberdade de depreciar as outras pessoas sem nenhum crivo, sem nenhuma norma, sem nenhuma lei. São pessoas sem caráter, irresponsáveis”.
“Na democracia, todos têm direito à liberdade de expressão, mas isso não pode ser uma esculhambação”.
A acusação feita pelos bolsonaristas “é uma falácia”. “Em nenhum momento do meu relatório tem uma vírgula, um capítulo, um inciso, um parágrafo querendo cercear a liberdade de expressão do povo brasileiro. Essa é uma cláusula pétrea da nossa Constituição e tem que ser preservada”.
“Existem financiadores pesados para esses robôs, foram montados bunkers em Brasília, nos estados, para que quando for lançada uma fake news ela irradie rápido”
Coronel afirmou que existe uma ação orquestrada de fake news nas redes. “Existem financiadores pesados para esses robôs, foram montados bunkers em Brasília, nos estados, para que quando for lançada uma fake news ela irradie rápido”.
Para o senador, o disparo em massa de mensagens “foi usado por todos os candidatos”, mas muitas vezes não declarado. “Nós estamos atrás de tentar descobrir o crime de abuso econômico. Você não pode contratar sem colocar na sua prestação de contas”.
“O que não pode é investir milhões para tentar mudar a mente das pessoas. Já tem pesquisas de que a cada 10 mensagens nas redes sociais, o povo brasileiro acredita em sete”.
“Muitas vezes você vota em uma pessoa achando que ela é um santo, mas quando assume o governo você vê que é o demônio vestido de batina”.
“O que não pode é investir milhões para tentar mudar a mente das pessoas. Já tem pesquisas de que a cada 10 mensagens nas redes sociais, o povo brasileiro acredita em sete”
O próprio Senador Angelo Coronel tem sido vítima de fake news, segundo ele, há mais de 10 meses. Na terça-feira (7), ele acionou a Polícia Legislativa e a Advocacia do Senado por conta de uma montagem feita na qual ele estaria falando de um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), com o Congresso e com a embaixada da China no Brasil para a aprovação do Projeto das Fake News.
Segundo ele, algumas pessoas que fizeram o encaminhamento da imagem já foram identificados.
“Essas fake news me atacam, atacam o Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e às vezes atacam também o Presidente da República. Às vezes vemos nas redes sociais mentiras sobre ele”.
“Fake news é coisa moderna, de seis anos para cá. Quem criou isso deve estar arrependido. Quem planta chuva, colhe tempestade”.
O diretor da UNE, Guilherme Bianco, alertou para o fato de que as mensagens privadas com conteúdo falso podem causar mais impacto do que as que são veiculadas nas redes sociais abertas.
“No Whatsapp você recebe mensagens privadas, de pessoas que você conhece ou tem contato. Nas eleições isso foi usado de forma extensiva”, apontou.
CPMI DAS FAKE NEWS
O presidente da CPMI das Fake News citou a descoberta feita pela Comissão de que “no computador do gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro foi criado um perfil chamado ‘Bolsofeios’. Quem fez isso foi um assessor dele também chamado Eduardo”.
“É o famoso batom na cueca. Ele achava que não ia ser descoberto nunca e criou um perfil que deve ter usado para difamar as pessoas – estamos aguardando a quebra do conteúdo”, disse.
“Isso, para mim, foi uma das bombas. O cara esqueceu de fazer isso de uma lan house, foi fazer logo de dentro do gabinete. É o cara achar que a impunidade ia campear, que eles iriam sempre ficar impunes, que ninguém ia descobrir nada”.
“No computador do gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro foi criado um perfil chamado ‘Bolsofeios’. Quem fez isso foi um assessor dele também chamado Eduardo”.
“Estamos no encalço de uma máquina no Senado que foi utilizada para a prática de fake news. Estamos junto à Prodasen, que é a empresa que detém o contrato da informática do Senado para tentar localizar o usuário desta máquina e poder propor indiciamento caso ele tenha cometido algum crime”, continuou.
Segundo ele, a ação da CPMI “é mais ampla. Investiga cyberbullying, pedofilia, proteção de dados e os grupos criminosos que pregam contra a saúde pública, como nos casos do sarampo e do Covid. Temos um manancial de informações e investigações”.
“Esperamos que, ao longo destes 180 dias que nos restam, entregar um relatório final e propor indiciamento criminal àquele que acharmos que é o criminoso para que seja punido”.
PEDRO BIANCO
Senador Ângelo o senhor está híper correto têm que investigar e assim chegar a todos que cometeram os crimes em questão são muitos os malfeitores, a verdade acima de tudo, para o povo se libertar, acorda povo brasileiro e vamos lutar pela democracia, governos neofascistas nunca mais.