A investigação sobre contas falsas removidas pelo Facebook, que deletou na quarta-feira (8) uma rede de contas, páginas e grupos ligados a funcionários de Jair Bolsonaro e seus filhos, identificou Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência da República, como administrador de alguns dos perfis que divulgavam fake news.
O servidor do Palácio do Planalto, com salário bruto de R$ 13.623,39, também é apontado como o líder dos integrantes do chamado “gabinete do ódio” – grupo que cuida das redes sociais de Bolsonaro e tem forte atuação na disseminação de mensagens difamatórias contra opositores do presidente.
Tomaz, que teve sua página no Facebook excluída, administrou as redes sociais de Jair Bolsonaro na eleição de 2018 e também trabalhou no gabinete do vereador no Rio de Janeiro e filho do presidente da República, Carlos Bolsonaro, no cargo de auxiliar de gabinete.
A apuração foi feita pelo Laboratório Forense Digital do Atlantic Council somente com mensagens e posts divulgados nas páginas removidas.
Segundo a BBC News Brasil, o laboratório – que analisou as páginas antes de serem derrubadas pela plataforma e investigou a rede de contas e notícias falsas – aponta Tercio como administrador da página de Instagram @bolsonaronewsss.
Seu nome não consta na página, mas o e-mail terciotomaz@gmail.com aparece em seu código-fonte (conjunto de códigos por trás de uma página com “instruções” para que um programa ou página funcionem, onde também ficam outros dados da página).
O conteúdo do Bolsonaro Newsss, segundo o documento, misturava “meias-verdades” para chegar a conclusões falsas. Além disso, o relatório mostra que os posts teriam sido publicados durante “horário de trabalho” e, por isso, é provável que tenham sido publicados nas plataformas enquanto Tercio trabalhava durante o dia no Planalto.
A página tinha 492 mil seguidores e mais de 11 mil publicações antes de ser derrubada.
O Atlantic Council revelou ainda que Tomaz era o responsável por “Bolsonaro Opressor 2.0”, uma página já removida que publicava conteúdos a favor do presidente, divulgava notícias falsas e fazia ataques a desafetos políticos. Entre eles, o governador Wilson Witzel e os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Sergio Moro.
Segundo o jornal O Globo, o nome de Tercio Arnaud Tomaz constava como autor de algumas das publicações da página, criada em 2015, que tinha mais de 1 milhão de seguidores no Facebook.
O assessor do Planalto é formado em biomedicina por uma faculdade de Campina Grande, na Paraíba. Antes de trabalhar com as redes da família Bolsonaro, ele foi recepcionista em um hotel. Em 2017, entre abril e dezembro, trabalhou oficialmente com Jair Bolsonaro em seu gabinete na Câmara dos Deputados, recebendo R$ 2,1 mil mensais.
Em dezembro do mesmo ano, foi nomeado para o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara do Rio, com salário de R$ 3,6 mil, mas continuou trabalhando diretamente para Bolsonaro, sem frequentar o local oficial de emprego, ainda de acordo O Globo.
“O Tercio era uma pessoa que acompanhava ora o Capitão Bolsonaro, ora acompanhava o Flávio Bolsonaro”, afirmou o empresário Paulo Marinho, cuja residência serviu de comitê para a campanha de Bolsonaro em 2018.
Quando Bolsonaro deu sua primeira coletiva como presidente eleito, em 1º de novembro de 2018, foi Tercio, como assessor da campanha do então candidato, quem fez o credenciamento de jornalistas que excluiu jornais como o Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, O Globo e outros veículos, segundo reportagem do Estado.
Logo após a posse, no quarto dia de governo, Bolsonaro nomeou Tercio e depois José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz para cargos em seu governo, formando o que seria chamado de “gabinete do ódio”.
Segundo apuração de diversos veículos de imprensa, o “bunker” estaria instalado em uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto, próximo do gabinete presidencial.
Este grupo de arruaceiros se utilizam do dinheiro público para agredir, difamar, caluniar, ameaçar e proliferar notícias falsas contra pessoas e instituições, esse é o trabalho realisado pelo Tercio Arnoud Tomaz, que ganha 13.623,00 reais, como assessor especial do Bolsonaro, e ainda têm gente que defende esse desgoverno, isto é corrupção não têm outro nome viu Bolsonaro.